A fábula dos números na geração de empregos no governo Ratinho Junior

Informalidade tomou conta do mercado paranaense e há quem aposte nisso como o futuro da economia no Estado

Por Requião Filho*

Errar uma vez, é humano, duas, é Ratinho Jr.. Não bastaram os números errados de 2020 e 2021 sobre o emprego, que já denunciamos categoricamente neste espaço e também em outros, eles agora divulgaram recordes tirados da cabeça de secretários, ávidos para agradar o governador, com manchetes sensacionalistas apenas para fazer a única coisa que o governo sabe; marketing.

Este recorde se baseia em dados do CAGED, que mudou sua metodologia de inserção de informações, adicionando dados e utilizando uma fórmula de cálculo bem diferente. É como comparar maçã com banana, tratando de coisas diferentes como se fossem iguais. Segundo o portal Plural.Jor, baseado em dados de economistas do Dieese, dificilmente teria ocorrido um recorde de geração de empregos, porque os dados do PNAD não mostram essa recuperação que eles querem fazer parecer.

Encaminhamos um pedido de informações ao governo questionando se existe sentido em comparar coisas diferentes para mostrar um resultado. É absurdo pensar que o governo tenha ocultado a simples informação de que o Ministério da Economia pediu para que fosse informada a nova metodologia, e que ela geraria uma série nova, incapaz de ser comparada com os dados dos últimos 18 anos.

É só olhar em volta e perceber como a realidade está diferente do marketing das propagandas. O milagre empregatício do governo se baseia no sofrimento do povo, afinal ao considerar profissionais liberais, autônomos e empreendedores, contabiliza todos que tiveram que sair de empregos com direitos adquiridos e estáveis, para a informalidade. São empregos incertos, na maioria das vezes sequer planejados na vida de cada um dos paranaenses.

Economia

Imagine você se formar, ter vinte anos de vida profissional naquilo que sempre sonhou, para chegar agora e ter que largar tudo pela incompetência do governo que não soube baixar impostos. Que não soube segurar o preço da água e da luz no meio de uma pandemia, por querer agradar seus acionistas.

Continuamos fiscalizando para que o governo abandone a agência de marketing e assuma finalmente o Paraná. Mesmo que seja para passar a faixa.

*Requião Filho, advogado, é deputado estadual pelo MDB do Paraná.