A velha mídia corporativa brasileira nunca foi entusiasta de denúncias sobre contas em paraísos fiscais por motivos óbvio. As offshores são assuntos proibidos nos jornalões. No entanto, a bolha foi furada porque um consórcio internacional de jornalistas divulgou simultaneamente o Pandora Papers. Apesar da repercussão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, segue blindado por Folha, Estadão, Velha, Globo, IstoÉ, et caterva.
No calor da denúncia de que Guedes tinha uma conta secreta de US$ 9,5 milhões em paraíso fiscal, até houve movimentação no Congresso para que o ministro explicasse a dinheirama. Em reais, o titular da economia tinha 52 milhões em offshores –quando a legislação proíbe esse tipo de conta no exterior para autoridades monetárias nacionais.
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 310 votos favoráveis e 142 contrários a convocação de Paulo Guedes na sessão de 6 de outubro. Porém, até agora, não foi definida uma data para ouvi-lo. Na prática, estão “cozinhando o galo” com o objetivo de esfriar o escândalo. É assim que a mídia brasileira funciona e o ‘faz de conta’ do parlamento que segue a mesma toada.
Cadê o Paulo Guedes? Submergiu. Não se fala mais no moço para lembrar de coisa ruim.
E a conta no paraíso fiscal? Firme e forte, mas a velha mídia não aborda isso porque seus executivos também têm offshores em paraísos fiscais. Lembra do Panamá Papers?
Guedes é o pária escolhido para parasitar na economia e nos direitos dos trabalhadores brasileiros.
E se fosse o PT?
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.