O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu nesta quinta-feira (29/7) seu encontro com a deputada alemã de extrema direita Beatrix von Storch, ocorrido semana passada no Palácio do Planalto, fora de agenda. Bolsonaro afirmou que Von Storch foi “eleita democraticamente” e disse que não pode “ver a ficha” de todas as pessoas que recebe.
Neta do ministro das Finanças de Adolf Hitler, Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ela é uma das principais expoentes do polêmico partido nacionalista-conservador Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão).
“Eu não posso receber essa deputada? Foi eleita democraticamente na Alemanha. Se eu for ver a ficha de cada um para ser atendido…Primeiro, vou demorar horas para atender”, afirmou Bolsonaro a apoiadores que ficam no cercadinho fora do Palácio da Alvorada.
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Bolsonaro reclamou da impressa que o criticou pela reunião com a neta do ministro de Hitler.
“Semana passada tinha um deputado chileno e uma deputada alemã visitando a Presidência. Poxa, tratei, conversei, bati um papo. Vai que a deputada alemã é neta de um ex-ministro do Hitler. Me arrebentaram na imprensa. Acho que a gente não pode ligar um pai a um filho, muitas vezes, um fez uma coisa errada”, disse o mandatário.
Na segunda-feira (26/7), a deputada alemã explicou o motivo da visita a Bolsonaro:
“Para enfrentar com êxito a esquerda, os conservadores também precisam se conectar melhor internacionalmente. O Brasil é uma potência emergente e, além dos Estados Unidos e da Rússia, pode ser um parceiro estratégico global que nos permita construir o futuro juntos”, disse von Storch, que vazou a reunião fora da agenda de Bolsonaro.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.