STF adere à fofoca ao bater boca com Bolsonaro

Diz o ditado que bater boca com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é a mesma coisa que jogar xadrez com pombo: ele sempre ‘caga’ no tabuleiro, derruba as peças e sai voando cantando vitória. Aí está o erro do Supremo Tribunal Federal (STF), que, pelas redes sociais, adere à fofoca ao discutir com o mandatário.

O bate-boca começou com o presidente Jair Bolsonaro alegando que o STF teria tolhido os poderes do Executivo federal nas ações de combate à pandemia. Em resposta, a corte máxima publicou um vídeo afirmando que “uma mentira repetida mil vezes não vira verdade” e explica que não tirou poderes do presidente, e, sim, decidiu que ele deveria atuar junto a estados e municípios para proteger a população do contágio pelo coronavírus.

O pombo, ops!, o presidente, disse que não vai “peitar o STF”, porque tem “noção de judô”.

“Tenho uma nota, não vai ser para peitar o STF – até porque eu estou por cima, tenho noção de judô. Eu vou demonstrar. Eles dizem lá que ‘uma mentira repetida mil vezes se torna uma verdade’, isso é verdade. Eles tinham que aplicar para a esquerda”, disse Bolsonaro a seus simpatizantes, que, logo depois, publicou uma nota no Facebook [leia a íntegra abaixo].

“O governo federal, por duas vezes, foi ao STF para que decretos de governadores, que violavam incisos do art. 5º da Constituição Federal, que trata das liberdades individuais, fossem declarados inconstitucionais. Lamentavelmente, estas ações sequer foram analisadas”, diz um trecho do comunicado do presidente.

O Supremo aderiu à fofoca ao invés de fazer valer o controle jurisdicional, previsto na Constituição Federal. A corte caiu na armadilha do presidente ao aderir ao bate-boca público, pois agiu como um partido político, que faz torcida.

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Leia a íntegra cartinha de Bolsonaro paro Supremo:

O Presidente da República e o STF.

– O Governo Federal agiu e segue agindo, durante toda a pandemia, enviando recursos a Estados e Municípios, bem como material hospitalar. Mobilizou toda sua estrutura federal, incluindo as aeronaves da FAB, para transportar remédios, oxigênio, materiais diversos e, sobretudo, pacientes.

– O nosso Governo também criou programas para a manutenção de empregos (PRONAMPE), bem como despendeu R$ 320 bilhões para atender os mais necessitados que foram obrigados a ficar em casa, sem meios de sobrevivência, via Auxílio Emergencial.

– Fake news desestimularam o tratamento inicial da doença, desrespeitando, inclusive, parecer do Conselho Federal de Medicina que atribui ao médico a decisão de receitar, com aquiescência do paciente ou familiar, o tratamento off-label (fora da bula).

– O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em abril de 2020, que “não compete ao Poder Executivo afastar, unilateralmente, as decisões dos governos estaduais, distrital e municipais que adotaram importantes medidas restritivas como a imposição de quarentena, suspensão de atividades de ensino, restrições de comércio, atividades culturais e à circulação de pessoas.”

– Desta forma, o STF delegou poderes para que estados e municípios fechassem o comércio, decretassem lockdown, fechassem igrejas, prendessem homens e mulheres em praças públicas ou praias, realizassem toque de recolher, etc.

– O Governo Federal, por duas vezes, foi ao STF para que decretos de governadores, que violavam incisos do art. 5° da Constituição Federal, que trata das liberdades individuais, fossem declarados inconstitucionais. Lamentavelmente estas ações sequer foram analisadas.

– Em nenhum momento este governo deixou de respeitar o sagrado direito à liberdade de expressão de todos. Cometem atos antidemocráticos exatamente os que querem, pelo uso da força, calar quem se manifesta.

– Sempre defendi, mesmo sob críticas, que o vírus e o desemprego deveriam ser combatidos de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. A fome também mata.

– A vacina é uma realidade em nosso Governo. Fora os países produtores da mesma, o Brasil é aquele que mais investe em imunizantes e que mais vacinou sua população.

– Mais do que nunca, o momento continua sendo o da união de todos no combate ao mal comum: o vírus, que é mortal para muitos.

QUE DEUS ABENÇOE O NOSSO BRASIL.
Presidente Jair Bolsonaro.