O xadrez de Lula

O ex-presidente Lula sabe que não conseguirá sair candidato nestas eleições. O PT também sabe. Ambos não admitem em público que o golpe vencerá mais esta batalha, mas preveem vitória final na guerra.

Sem Lula na disputa, os petistas pavimentam a pista para o ex-prefeito Fernando Haddad. Joga a seu favor o fato de ser de São Paulo, o maior colégio eleitoral e o maior PIB do país.

No xadrez de Lula tem o componente histórico da República. Ou o presidente eleito sai de São Paulo ou de Minas Gerais. As únicas exceções foram Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul, que fez Revolução de 1930, ou dos generais que deram o golpe militar de 1964.

(Antes que o leitor diga que Lula é nordestino, de Pernambuco, ele fez carreira política em São Paulo).

Dito isto, as pesquisas do PT indicam que o ex-presidente transfere até para um “poste” entre 16% e 27% dos votos. Isto significa que Haddad, se ungido, poderá chegar ao segundo turno.

Na outra banda, dos conservadores, também de São Paulo, vem o governador Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano tem a força da burguesia paulista e do capital financeiro.

Economia

No primeiro turno, ao que tudo indica, haverá outras candidaturas pela esquerda e pela direita. Jair Bolsonaro empolga uma parcela do eleitorado, mas não tem aliados nem palanque eletrônico (tempo de televisão).

A candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávilla, lulistas de carteirinha, servirão de “dique de contenção” diante de Bolsonaro.

Desenha-se, portanto, um Fla-Flu entre PT e PSDB na eleição presidencial de outubro. Haddad versus Alckmin no segundo turno. Quem viver verá.

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