Lula diz que união de partidos é para cuidar do povo brasileiro

► PT, PCdoB, PV, PSB, Psol, Rede e Solidariedade compõe o movimento Vamos Juntos Pelo Brasil

O ato “Vamos Juntos Por São Paulo”, realizado no início da tarde de sábado, 9, em Diadema (SP), juntou pela primeira vez o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o ex-prefeito Fernando Haddad e o ex-governador Márcio França em um só palco.

Os pré-candidatos do movimento Vamos Juntos Pelo Brasil a presidente, vice-presidente, governador de São Paulo e senador falaram da importância de unir forças para restaurar a democracia e ajudar o povo brasileiro.

Em seu discurso, Lula ressaltou a união dos sete partidos que compõem o movimento (PT, PCdoB, PV, PSB, Psol, Rede e Solidariedade) e reforçou que a principal meta é tirar os brasileiros da situação de crise econômica e social em que se encontram. Para isso, sua experiência, tanto pessoal quanto política, fazem a diferença.

– Eu não li todos os livros que os outros ex-presidentes já leram, confesso a vocês. Agora, tem uma coisa que eu sou professor, doutor e mestre, que é conhecer a alma e o sentimento do povo brasileiro. E para cuidar desse povo, se alguém quiser saber como o povo vive quando tem uma enchente, pergunta para mim, que já morei na Ponte Preta, na Vila São José, que entrava um metro e meio de água dentro de casa – contou ele.

O ex-presidente afirmou que sua causa e suas motivações foram moldadas por sua própria trajetória de vida, que começou em um caminhão pau-de-arara vindo do interior de Pernambuco nos anos 1950 e o levou até a presidência da República cinco décadas depois. 

– Eu tenho uma causa. Eu sou torneiro mecânico, retirante nordestino que vim para São Paulo em 1952. Há 70 anos eu vim por causa da fome porque a gente não tinha o que comer. 70 anos depois, depois do PT ter acabado com a fome, a gente percebe que 33 milhões de brasileiros vão dormir sem comer, 105 milhões tem problema de insuficiência alimentar? Como que explica? Como que pode? – questionou.

Economia

Por tudo isso, sua visão sobre os problemas sociais do país é diferente da maioria da elite que governa o Brasil há décadas. Em vez de traçar políticas para ajudar os mais ricos a prosperar às custas dos mais pobres, o foco é ajudar as pessoas com menos recursos.

– Se quiser falar de pobreza, eu entendo. Se quiser discutir a situação do trabalhador do chão de fábrica, pode falar comigo que eu conheço. Eles não conhecem, eles só têm teoria, eles não sabem o que é o trabalhador ficar um ano, dois anos sem emprego e só dizer que não tem vaga. A minha causa é provar para a elite brasileira que a gente pode recuperar este país, a gente vai voltar a comer churrasco sim – disse Lula.

O ex-presidente também comentou sobre os auxílios aprovados recentemente, em uma medida eleitoreira, para a população. E lembrou que, além do valor ser o mesmo que os partidos de oposição já queriam dar à população no início da pandemia de Covid, a “bondade” tem data de validade apenas para dezembro deste ano.

– Quando começou a pandemia, os partidos de oposição entraram com um projeto de lei para que fossem dados R$ 600 para as pessoas. O governo queria R$ 200. O Congresso aprovou R$ 600. Ele tirou e baixou para R$ 400. Agora ele quer R$ 600 até dezembro. Ele quer dar mil reais para motorista de caminhão, taxista. Por que que ele pensa que o povo vai ser tratado como se fosse ignorante, que ele acha que vai comprar dando programa para seis meses? – questionou o ex-presidente Lula. 

União contra o autoritarismo

Para o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, a união do campo progressista em torno do movimento Vamos Juntos Pelo Brasil é essencial para acabar com as mazelas ampliadas pelo atual governo e trazer o país de volta ao caminho do desenvolvimento e da garantia de direitos.

– A Constituição de 88 hoje está sendo rasgada todo dia, todo dia alguém pede um direito, uma oportunidade. Estamos falando de redemocratizar e reconstruir o país, que está arrasado, no meio ambiente, na cultura, na educação, na ciência e tecnologia. Um país isolado no continente e no mundo, com 33 milhões de brasileiros passando fome. Dos brasileiros com renda, 38% ganham um salário mínimo, você não consegue fechar o mês comprando comida para sua família – declarou.

O ex-governador de São Paulo, Márcio França, que na última sexta-feira anunciou sua intenção de concorrer ao Senado pelo movimento Vamos Juntos Pelo Brasil para apoiar a pré-candidatura de Fernando Haddad ao governo paulista, exaltou a união pelo momento histórico que o Brasil passa.

– Hoje você não consegue entrar em uma farmácia, um supermercado, que não tenha alguém na porta pedindo um saco de arroz, um remédio. Quem consegue viver desse jeito? Isso não é correto, cada um tem que fazer a sua parte. Aqui nas farmácias de São Paulo aumentaram 30% as vendas de antidepressivos, os problemas emocionais das pessoas dispararam, porque ninguém se sente feliz desse jeito – disse França.

Por sua vez, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, exaltou a participação feminina na política e afirmou que ela será essencial para tirar o país da crise. “É muito simbólico, estamos na Praça da Moça, política é um substantivo feminino e política não se faz sem as mulheres, são as mulheres que vão decidir esta eleição”, ressaltou.

Prefeito de Diadema pelo quarto mandato, José de Filippi Jr abriu o evento falando sobre o dano causado pelo ódio à política no Brasil e da importância da união para superar a crise. “A luta não é de um partido político e nem de uma ideologia, embora seja importante, é da civilização contra a barbárie. Vivemos nesses últimos anos a negação da política. O povo aqui sabe que a boa política faz diferença na vida de cada um”, destacou.

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