Lava Jato sobre Lula: “Dá pra gritar gol quando ele se ferrar?”

Em nova petição apresentada nesta segunda-feira (1º/3) ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou novos diálogos nos quais os procuradores da extinta Lava Jato teriam, segundo os advogados, ocultado provas de inocência do ex-presidente, pressionado testemunhas e divulgado acusações falsas para abalar o réu.

De acordo com o documento, que faz parte de uma série de petições baseadas em mensagens interceptadas por hacker e analisadas na Operação Spoofing, os procuradores também teriam, de forma premeditada, aberto denúncias simultâneas, para ocupar a defesa e “bater em Lula”.

A procuradora Laura Tessler, em um dos diálogos transcritos, afirma: “Estava aqui pensando se era o caso de já ir preparando a terceira denúncia do Palocci. Talvez isso o anime um pouco mais…”.

Posteriormente, ex-ministro da Fazenda acabou firmando delação com a Polícia Federal.

Há outra conversa na qual os procuradores falam sobre o pedido de Lula para que seu depoimento ao ex-juiz Sergio Moro, em 2017, fosse transmitido ao vivo. Tessler indaga: “Dá pra gritar gol quando ele se ferrar? kkkkk”. O procurador Athayde Ribeiro Costa responde: “Kkkkk”.

“Mijar sangue”Além disso, na petição, procuradores prometeram maior rigor nas negociações de delação premiada com a empreiteira OAS. O presidente da empresa, Leo Pinheiro, havia sido preso e era peça central na acusação envolvendo o apartamento localizado no Guarujá, no litoral de São Paulo, no processo que levou o ex-presidente à prisão.

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As mensagens foram destacadas e enviadas ao ministro Ricardo Lewandowski, relator de uma reclamação sobre o material recolhido em investigação contra hackers que invadiram os celulares de autoridades.

Na conversa, o procurador Diogo — provavelmente Diogo Castor de Mattos — compartilha duas reportagens e afirma que, no seu entender, estariam “querendo jogar a sociedade contra a Lava Jato. E distorcendo tudo”.

O interlocutor não identificado responde que “essa reportagem só me convence de que a OAS tem que mijar sangue para voltar para mesa”. A pessoa ainda completa: “Pelo menos fica claro que não fomos nós”, fazendo referência ao vazamento de informações que não estavam na delação para a revista. Na época, os procuradores creditavam à defesa da construtora tal divulgação.

Desde que os diálogos passaram a ser apontados pela defesa do ex-presidente, integrantes da força-tarefa disseram não reconhecem a veracidade das conversas e ressaltaram a origem criminosa das interceptações e suas descontextualizações.

O Metrópoles entrou em contato com a assessoria do Ministério Público Federal e aguarda manifestação.

As informações são do Metrópoles, parceiro do Blog do Esmael.

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