Caixa preta do pedágio apresenta números incompletos e divergentes

via Jornal de Londrina

Como pode o governo estadual, ou até mesmo a justiça, agir em relação à s concessionárias de pedágio que atuam no Estado se os dados sobre o fluxo de veículos nas praças de pedágio e o faturamento das concessionárias são secretos? Matéria do Jornal de Londrina mostra que dados da mesma fonte (a própria concessionária Econorte) são divergentes e incompletos.
Como pode o governo estadual, ou até mesmo a justiça, agir em relação à s concessionárias de pedágio que atuam no Estado se os dados sobre o fluxo de veículos nas praças de pedágio e o faturamento das concessionárias são secretos? Matéria do Jornal de Londrina mostra que dados da mesma fonte (a própria concessionária Econorte) são divergentes e incompletos.

Ter acesso aos números do pedágio no Paraná é difícil. E quando se consegue, há dúvidas sobre a veracidade. O Jornal de Londrina obteve de duas fontes diferentes, da Agência Reguladora do Paraná (Agepar), órgão responsável pela fiscalização das concessões, e da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), entidade representativa das concessionárias, números divergentes sobre o movimento nas três praças de pedágio administradas pela Econorte: a de Jacarezinho e Jataizinho, na BR-369, e a de Sertaneja, na PR-323.

Por um lado, a ABCR informou que 8.068.000 veículos passaram pelas três praças de pedágio no ano passado, uma média de 22.104 por dia. Por outro, a Agepar afirmou que foram 7.398.761 veículos, 20.270 por dia. A diferença é de 669.239 !“ algo incompreensível, já que a fonte das duas informações é a mesma: a concessionária Econorte.

A Agepar, que recebeu os dados do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), explicou que a contagem é feita exclusivamente pela Econorte. Na semana passada, o JL tentou contato com o DER, por meio da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seil). E a informação é a mesma: por contrato, somente as concessionárias fazem a contagem dos veículos.

Pelos números informados, não é possível chegar perto do valor real arrecadado pela Econorte. Isto porque existem nove categorias de veículos, cada uma com um valor diferente, cuja pormenorização não é divulgada. Na praça de pedágio de Sertaneja, que é a mais barata, o valor é de R$ 6,10 para motos e bicicletas a motor; R$ 12,20 para veículos leves; e chega a R$ 69 para caminhões com seis eixos. Só os números totais, e divergentes, estão disponíveis.

Pedagiômetro!

Economia

Colocado diante dos dois números diferentes, o deputado estadual Tercílio Turini (PPS) disse que dá para concluir que, seguramente, os dois números estão para baixo!. Se eles informaram, dá para desconfiar que o número é bem maior.!

Para ele, puxando para baixo o número [de veículos que pagam pedágio], puxa-se para baixo a arrecadação [e, consequentemente, o lucro]!. Isto impacta na planilha que define o preço do pedágio, pois o valor arrecadado é levado em conta na hora do cálculo.

No ano passado, Turini propôs um projeto de lei para criar o pedagiômetro!, que seria a instalação de mecanismos de contagem dos veículos em todas as praças de pedágio do Estado. A contagem seria informada em tempo real pela internet. O projeto não prosperou.

O deputado estadual Douglas Fabrício (PPS), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pedágio, criada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no ano passado para investigar os contratos, foi procurado pelo JL para comentar o assunto desde a terça-feira passada, mas não foi localizado.

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