Bolsonaro é o verdadeiro ‘patrão’ de Queiroz e das rachadinhas de Flávio


O primeiro Natal do clã Bolsonaro, instalado no Palácio do Planalto, poderia ser um momento de celebração e esplendor pela conquista inesperada da faixa presidencial, após uma longa carreira do patriarca da família no chamado baixo clero do Congresso, uma espécie de andar de baixo do parlamento. Porém, as velhas teias do passado estragaram tudo: O espectro de Queiroz e das rachadinhas azedaram a maionese da ceia de Natal dos Bolsonaros.

A semana foi marcada pelo avanço das investigações sobre o esquema das rachadinhas de Flávio Bolsonaro – a prática da devolução de parte do salário dos funcionários para o titular do mandato. O que foi investigado e revelado até agora é, no mínimo, pertubador para o futuro político imediato do atual senador. Um conhecido jornalista já vaticinou que Flávio é um cadáver ambulante.

Mas o Caso Queiroz, que inferniza a família Bolsonaro, teve uma origem e tudo começou com os laços estabelecidos por Jair Bolsonaro com então PM Fabrício Queiroz lá pelo início dos anos oitenta. Queiroz era um amigo e assessor próximo do então deputado federal Jair Bolsonaro, que pescava junto, viajava com a família e administrava o cotidiano do mandato. O esquema continuou com Flávio.

Portanto, o presidente Jair Bolsonaro não pode alegar que o problema é apenas de seu filho, e que ele não tem nenhuma ligação com o esquema das rachadinhas. Bolsonaro é, na verdade, o verdadeiro patrão de Queiroz.

LEIA TAMBÉM:

Flávio Bolsonaro faz vídeo para explicar caso das ‘Rachadinhas’; assista

Economia

Descontrolado, Bolsonaro ofende jornalistas; assista

Surtado e acuado, Bolsonaro ataca a Globo

O colunista Josias de Souza registrou que há um ano, quando o caso chegou às manchetes, Bolsonaro chamava Fabrício Queiroz de “nosso assessor” e que enaltecia a amizade de três décadas que o unia ao personagem. No texto, Josias relembra ainda o que disse Bolsonaro numa transmissão ao vivo pela internet em 12 de dezembro de 2018: “Se algo estiver errado — seja comigo, com meu filho ou com o Queiroz — que paguemos a conta deste erro. Não podemos comungar com erro de ninguém”.

O Caso Queiroz apresenta algumas semelhanças com o caso Fernando Collor-PC Farias e revelou as fragilidades do clã Bolsonaro, que reage com agressões e tentativas de desqualificação das investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Entre um panetone e outro, vamos acompanhar os próximos lances desse caso que pode ferir de morte o núcleo familiar do bolsonarismo.