O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e de Anderson Gomes na intervenção militar do Rio de Janeiro causou uma onda de indignação que ultrapassou as fronteiras do Brasil. Somado a isso, houve o ataque do prefake Doria (PSDB) de São Paulo aos servidores municipais. Tudo no momento em que o ex-presidente Lula (PT) está em vias de ser preso, vítima de uma condenação forjada, só para tirá-lo da eleição presencial em que é favorito. Esse é o cenário em que reacendem as manifestações e as forças populares voltam a tomar as ruas ganhando a força necessária para combater o golpe e o fascismo que destroem a democracia brasileira.
Dois eventos dramáticos ocorridos na quarta-feira (14) serviram de estopim para incendiar de vez a indignação coletiva de quem vê o país ser destruído por quadrilhas de bandidos que assaltaram o poder. O primeiro aconteceu na Capital Paulista. Seguindo o exemplo de Beto Richa (PSDB) e de Rafael Greca (PMN), o prefake Dória meteu a mão na previdência dos servidores municipais.
Mas os servidores se mobilizaram para enfrentar a sanha neoliberal e acabaram pagando com sangue. Novamente a exemplo de Beto Richa, Doria mandou a Guarda Civil Metropolitana descer a borduna nos servidores. O resultado foi um massacre como o de 29 de abril de 2015 em Curitiba. Tudo isso com auxílio o da Policia Militar do governador tucano Alckmin.
Mais tarde naquela quarta-feira, a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes seriam executados friamente. Nítido resultado da trapalhada autoritária que é a intervenção militar promovida pelo ilegítimo Michel Temer (MDB) no Estado do Rio de Janeiro. Marielle era uma das ativistas mais atuantes na denúncia da violência policial e das milícias que atuam na capital carioca. Como vereadora, ela acompanhava a intervenção e denunciava as arbitrariedades das forças militares.
Esses dois fatos chocantes ocorreram no mesmo dia em que iniciava o Fórum Social Mundial em Salvador (BA), com a presença de diversas lideranças populares. Como não poderia deixar de ser, nos debates e manifestações do FSM, se destacam os protestos contra a caçada política e jurídica ao ex-presidente Lula.
Como resultado, na quinta-feira (15), explodiram dezenas de manifestações quase que espontâneas por todo o país. A reunião do campo popular progressista foi automática, e a indignação pelo assassinato de Marielle foi o mote principal. Intelectuais e políticos de diversos matizes manifestaram indignação. Alguns mais sinceros, outros para não perder a chance de aparecer, diga-se de passagem.
Estranhamente, o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), que tanto preza pela “segurança”, se calou. Mas seus seguidores fizeram um vexame histórico ao comemorar o assassinato da vereadora nas redes sociais.
Nesse cenário, duas manifestações em particular merecem registro. O velório e sepultamento de Marielle e Anderson no Rio de Janeiro foi acompanhado por dezenas de milhares de pessoas durante toda a tarde; se convertendo numa gigante manifestação na Cinelândia durante a noite.
Ao mesmo tempo em São Paulo, os servidores saíram as ruas e pararam o centro da cidade para novamente protestar contra Doria e seus ataques. Mas a indignação por Marielle e a resistência ao golpe de 2016 também estiveram presentes.
Agora, é preciso união e mobilização para que essa indignação não esfrie, que a forças populares e democráticas façam recuar o fascismo da direita que rouba direitos dos trabalhadores, prende ou mata seus adversários quando convém. A bola está com o povo.