O senador Sergio Moro (União) recebeu convite para disputar o governo do Paraná pelo PRTB após o racha interno na federação União Progressista e o veto do Progressistas à sua pré-candidatura, decisão liderada pelo deputado federal Ricardo Barros. A movimentação cria uma rota alternativa ao Palácio Iguaçu e aprofunda o isolamento do ex-juiz da Lava Jato dentro da federação.
O convite foi feito pelo presidente nacional do PRTB, Amauri Pinho, que está em Curitiba para estruturar o partido no estado e articular um projeto majoritário para 2026. A meta declarada é o governo do Paraná.
Ao lado do coordenador estadual Cristiano Puppi, Pinho cumpre agenda com lideranças políticas, reuniões em gabinetes e conversas reservadas. Dentro desse giro, formalizou o convite ao senador Sergio Moro para filiação e candidatura pelo PRTB.
As tratativas entre Moro e o PRTB não são episódicas. Segundo interlocutores, as conversas ocorrem há mais de dois meses e avançaram à medida que se consolidou o impasse na federação União Progressista. O Progressistas do Paraná decidiu, por unanimidade, não homologar a candidatura do senador, posição conduzida por Ricardo Barros.
O veto do PP escancarou a contradição federativa. Enquanto o União Brasil sinaliza publicamente apoio a Moro, o Progressistas afirma que não há consenso para registrar chapa majoritária no estado. Sem acordo, não há assinatura conjunta e não há candidatura.
Nesse vácuo, o PRTB se apresenta como alternativa viável. O partido também observa que Moro vem sendo sondado por outras siglas, como Missão (antigo MBL), Democrata (antigo PMB) e Agir, o que indica uma janela aberta para rearranjos fora da federação.
A ofensiva do PRTB não se limita ao senador. Amauri Pinho e Cristiano Puppi estreitaram conversas com o ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), o advogado Jeffrey Chiquini (Novo) e mantiveram diálogos com Alexandre Curi (PSD), Ricardo Barros e outras lideranças do estado, em uma estratégia de ampliação de rede política.
O movimento sinaliza ambição. Ao buscar nomes competitivos e dialogar com diferentes campos, o PRTB tenta ganhar protagonismo no Paraná e se colocar como uma nova via para projetos majoritários em 2026.
Portanto, o convite a Moro é sintoma e consequência do racha no União Progressista. Ao fechar a porta, o PP empurrou o senador para fora da federação. Se o PRTB conseguir transformar conversa em filiação, a eleição paranaense pode ganhar um novo eixo de disputa.
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Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.




