Toffoli, do STF, lava as mãos sobre desfile de blindados com Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, literalmente lavou as mãos ao declinar da competência para julgar ação de partidos contra desfile ou passagem de comboio militar no Plano Piloto de Brasília. Segundo magistrado, a autoridade organizadora do desfile ser a Marinha, cabe ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), e não ao STF, analisar o pedido. Por isso, encaminhou o pedido ao STJ.

Bombardeado a estibordo e a bombordo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estudava recuar e suspender o desfile de blindados e tanques de guerra na Esplanada dos Ministérios desta terça-feira (10/08). A demonstração está prevista para ocorrer no mesmo dia em que o projeto de voto impresso deverá ser analisado pela Câmara e é vista como uma ameaça do mandatário ao Congresso Nacional.

Dias Toffoli relatou no STF uma ação protocolada ontem (09/08) pelo PSOL e Rede pedindo a suspensão dessas exibições militares no Plano Piloto de Brasília, especialmente nas adjacências do Palácio do Congresso Nacional. As agremiações alegam que “Apesar da Operação [militar] ocorrer desde 1988, nunca o comboio entrou na Praça dos Três Poderes para fazer convite à presidente da República. Esse tipo de convite sempre foi em gabinete, algo protocolar”.

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Nesta terça-feira, o plenário da Câmara analisará a PEC do Voto Impresso já rejeitada pela comissão especial da casa, por 23 votos a 11, na sexta-feira (06/08).

Embora Bolsonaro avaliasse um recuo, a Marinha do Brasil confirmou em nota enviada à imprensa que a Operação Formosa 2021 será realizada e afirmou que 14 viaturas ficarão em exposição durante o dia de amanhã, em frente ao prédio da Marinha na Esplanada dos Ministérios.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), promovido a ‘porta-voz de Bolsonaro’ disse em entrevista ao site O Antagonista que o desfile foi uma infeliz coincidência com a votação da PEC do Voto Impresso.

Como se diz lá em Barbacena, bota infelicidade nisso…