Veja por que juízes e procuradores viraram alvo da Folha e da Globo repentinamente

Subitamente, os heróis da Globo e da Folha “morreram de overdose” — como diria o poeta Cazuza em “Ideologia”. Os dois veículos de comunicação são expoentes do golpismo no Brasil que culminou com abusos de poder da magistratura, a ditadura do judiciário e privilégios como o auxílio-moradia.

Primeiramente foi a Globo, pela boca da revista Época, quem metralhou o abuso de autoridade do juiz Sérgio Moro. Segundo reportagem desta semana, o magistrado da lava jato grampeou ilegalmente o empresário uruguaio radicado em Curitiba, Rolando Rozenblum Elpern, pelo incrível período de dois anos, um mês e 12 dias. A legislação brasileira permite o grampo por apenas 60 dias.

Evidentemente que a Globo não se incriminou na matéria da Globo, isto é, ela não se referiu aos grampos ilegais da presidenta eleita Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, cujas conversas foram divulgadas pela emissora dos Marinho após receber os áudios das mãos de Moro nas vésperas do golpe de Estado em 2016.

Agora vem a Folha com seu falso moralismo udenista denunciar na capa, nesta quinta (1º), a “cúpula do judiciário” por receber auxílio-moradia de R$ 4,3 mil ao mês mesmo tendo imóvel no Distrito Federal. Aliás, essa história de combater bolsa para juízes, procuradores, promotores e afins é mais um pretexto para a velha mídia combater sincronizadamente o judiciário nesta insana luta pelo poder.

Abramos aqui um parêntese: caravanas estão sendo organizadas a partir do Paraná para pressionar o Congresso a acabar com o auxílio-moradia; o ministro Luiz Fux está na linha de tiro dos manifestantes. Fecha parêntese.

Afinal, que raios pretendem Globo e Folha ao chantagearem o judiciário? Ora, eles querem juízes e ministros do STJ e STF que julgarão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva os condene e o tire da disputa presidencial deste ano. É uma barganha, portanto. Não há, nunca houve, por parte da mídia brasileira, a preocupação de combater malfeitos. Ela própria, a mídia, é o próprio malfeito. Tanto é isso que a sociedade já teve essa percepção e esses veículos murcharam 73% em apenas três anos, segundo levantamento do Instituto Verificador de Circulações (IVC) — órgão que audita os números do leitorado de jornais impressos e digitais no país.

Economia

“Os meus sonhos foram todos vendidos/ Tão barato que eu nem acredito/ Eu nem acredito… Meus inimigos estão no poder/ Ideologia/ Eu quero uma pra viver/ Ideologia/ Eu quero uma pra viver”, ainda diz a letra da música de Cazuza.

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