Veja o significado da palavra ‘patético’ usada para definir imagens de tanques em Brasília

Segundo o dicionário Aurélio, a palavra ‘patético’ é uma característica do que provoca um sentimento de piedade, tristeza; aquilo que comove ou causa compaixão; triste, emocionante: filme patético.

O dicionário da língua portuguesa ainda define o termo bastante usado hoje, em Brasília, como aquilo que pode ser caracterizado ou se utiliza da tristeza, da compaixão, da tragédia para provocar emoção: discurso patético, circunstância patética, ação patética.

Ainda de acordo com o Aurélio, as imagens dos tanques desfilando pela Esplanada dos Ministério também podem ser consideradas inadequadas ou impróprias: interrupção patética.

Do grego pathetikós.é.ón., representa o que se pode referir (ou caracterizar) ao nervo ou ao músculo patético.

“Algo ou alguém que comove; que provoca ou causa sentimentos de tristeza, de compaixão, de pena: presidente patético”, arremata o dicionário Aurélio.

Agora que consolidamos o entendimento do que é patético, a palavra foi usada e abusada pelo mundo político nesta terça-feira (10/08) ante ao desfile promovido pelas forças armadas enquanto o Congresso Nacional discute temas sensíveis à democracia, tais como o voto impresso e a revogação da Lei de Segurança Nacional (LSN).

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“Todo homem público, além de cumprir suas missões constitucionais, deveria ter medo do ridículo, mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro na cena patética de hoje, que mostra apenas uma ameaça de um fraco, que sabe que perdeu”, disse na manhã de hoje o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Pandemia.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), classificou de patética e uma demonstração de fraqueza do presidente a ação de hoje. Para ele, foi mais patético até que os desfiles militares realizados pelo governo da Coreia do Norte, pois estes ao menos visam a demonstrar poderio bélico para inimigos externos. 

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A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, previu que a imagem patética dos tanques em Brasília vai rodar o mundo. “Imagem patética dos tanques em Brasília vai rodar o mundo e mostrar um presidente fraco e desesperado. Tentativa de coação não vai funcionar, vamos derrubar hoje o voto impresso e fazer valer a democracia brasileira”, fulminou a dirigente petista.

O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), afirmou que a situação política é muito grave, pois Bolsonaro ameaça a democracia.

O líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que os tanques na Esplanada não vão constranger a Câmara na votação marcada para esta tarde. Segundo ele, a maior resposta será a derrota da PEC em Plenário. “A Câmara não aceita ameaças, chantagens e intimidações. Nunca foi visto um ato desses desde a redemocratização”, criticou Molon.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), por sua vez, disse que o evento patrocinado por Bolsonaro é uma demonstração de fraqueza do governo e ressaltou que os deputados não aceitam nenhuma forma de ameaça ao Parlamento. “Com tantas maneiras de aperfeiçoar o sistema eleitoral, o presidente quer contagem manual de votos físicos. Nossa resposta será altiva e envolve diversos partidos políticos”, disse Kataguiri.

O deputado Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP) também criticou Bolsonaro e afirmou que o País hoje é motivo de vergonha no mundo inteiro, na medida em que usa tanques para intimidar o Congresso. “Com blindado ou sem blindado, Bolsonaro será derrotado”, afirmou o parlamentar, referindo-se à votação da PEC do Voto Impresso no Plenário da Câmara nesta tarde.

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ex-presidente da Câmara, partiu para a ironia para definir o sentido de ‘patético’ postando imagem do personagem Pateta entre o presidente Jair Bolsonaro e militares. “Agora entendi. É uma parada da Disney”, escreveu no Twitter.

O vice-líder do PSL Coronel Armando (PSL-SC) afirmou que o evento mostra que o presidente Bolsonaro prestigia as Forças Armadas e não tem nada a ver com as atividades políticas do Congresso Nacional. “Estão passando aqui e seguem para Formosa (GO). Só vemos tropas nas ruas no Dia da Independência, mas não há nada de anormal nisso, que é defender o Brasil. Não tem nada a ver com atividades políticas. Alguns partidos vão até ao STF criando situações que não existem”, explicou o parlamentar.

Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), considerou uma “trágica coincidência” a manifestação ocorrer no mesmo dia em que a Câmara pautou a PEC do Voto Impresso.

A PEC foi rejeitada pela comissão especial na última sexta-feira (6), mas como os pareceres das comissões especiais de PECs não são terminativos, Lira decidiu levar o assunto ao Plenário.

Com informações das agências Câmara e Senado de Notícias