A reportagem publicada hoje relata que teve acesso à proposta de delação de Cunha, não homologada, que cita 120 políticos brasileiros. No documento, o ex-presidente da Câmara detalha o modus operandi do esquema de propinas e da participação da JBS no impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016.
De acordo com a Vaza Jato, o empresário Joesley Batista queria emplacar –e emplacou– Henrique Meirelles como ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB), caso a petista caísse. Em troca, Cunha teria financiamentos ilimitados para seu projeto político.
Por que a não-delação de Cunha ainda atormenta Moro, Dallagnol e demais integrantes da força-tarefa?
Simples. O Intercept tem os arquivos das conversas cujos conteúdos, aos poucos, estão sendo tornados públicos. Uma pista do que vem por aí foi publicada em julho, pela revista Veja. Na época, o veículo de comunicação mostrou um diálogo de Moro com Deltan acerca da delação de Cunha. O então juiz afirmou que esperava que não precedessem a notícia da delação. “Sou contra, como sabe”, disse o atual ministro da Justiça.
Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, sabe que Moro e Dallagnol fizeram no verão passado. É por isso que o espectro da delação de Eduardo Cunha tira o sono deles.
LEIA TAMBÉM
Veja: Moro cometeu, sim, irregularidades
Em entrevista à Veja, Hacker compromete a lava jato, militares e até Bolsonaro
Bolsonaro e Moro ‘batem boca’ sobre ‘juiz de garantias’
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.