Moralmente, o presidente Jair Bolsonaro já sofreu impeachment em 2020. Os “51” pedidos de afastamento atormentam seu sono do mandatário.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não teve colhões para abrir um desses procedimentos. Erroneamente, ele justifica que o Centrão daria sustentação política para o inquilino do Palácio do Planalto.
Politicamente falando, Bolsonaro é mais frágil que Michel Temer e Dilma Rousseff. É uma castelo de cartas bancado pelo sistema financeiro e a velha mídia. Ambos estão faturando alto na pandemia e no desgoverno.
Moralmente, Bolsonaro já sofreu impeachment em 2020 porque ele bateu o recorde com 51 pedidos de afastamento.
Outros presidentes também foram alvos de pedidos de impeachment, cujos recordes eram: Collor (24), Dilma (37) e Temer (23).
Ironicamente, “51” pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro é uma boa ideia.
Bolsonaro já era. Não avança para o segundo turno em 2022. Anote aí.
Se a Câmara não teve coragem para apreciar o impeachment, por outro lado não vacilou para passar a guilhotina nos trabalhadores e nos direitos dos brasileiros.
Concedeu uma mirrado auxílio emergencial para os mais vulneráveis enquanto precarizava a mão de obra e aviltava os salários, reduzindo-os com a suspensão dos contratos. Na Covid-19, os parlamentares também foram insuficientes –a exemplo de Bolsonaro, até porque a Câmara hoje é a Casa dos lobbies, dos banqueiros e dos empresários.
Ao todo, o plenário analisou e aprovou 81 projetos de lei, 53 medidas provisórias, 9 projetos de lei complementar e 4 propostas de emenda à Constituição em 2020. Aprovaram-se ainda 22 projetos de decreto legislativo e 5 projetos de resolução. No total, o ano foi o mais produtivo da década.
A Câmara aprovou mais medidas provisórias e projetos de lei do que em qualquer outro ano desde 2011.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.