UBES lança a campanha “Tira a Mão” contra os ataques de Bolsonaro à Educação; assista

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) está lançando a campanha “Tira a Mão” contra os ataques de Bolsonaro à Educação pública federal. Em vídeo, o presidente da UBES, Pedro Gorki, pede que os estudantes se manifestem e participem da campanha em defesa das instituições federais de ensino.

A campanha “Tira a Mão” inclui vídeos, memes e cards e o objetivo é mobilizar os estudantes das escolas públicas, denunciar os cortes e barrar os retrocessos.

“A rede federal de ensino é a que mais produz pesquisa no país. Cortar o investimento dessas instituições é um atentado à autonomia da ciência brasileira. Nós precisamos da produção de tecnologia para continuar se desenvolvendo enquanto nação! Precisamos formar profissionais capacitados, inovadores e com pensamento crítico. Só assim o Brasil pode voltar a crescer economicamente”, explica a campanha.

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O presidente da UBES pede aos estudantes que entrem na campanha, gravando vídeos, publicando nas redes sociais e compartilhando pelo Whatsapp, importante marcar as redes da Ubes pela hashtag #UBES e com o slogan da campanha #TiraAMãodoMeuIF.

Economia

NOTA DA UBES CONTRA OS CORTES NA REDE FEDERAL

O presidente da república, Jair Bolsonaro, nada comprometido com a educação brasileira mas sim com os desmontes para no fim defender a privatização, ataca mais uma vez as instituições de ensino da rede federal.

Sendo grande defensor da reforma trabalhista – que acabou com a CLT e os direitos conquistados -, da EC 95 – que congelou por 20 anos os investimentos para educação, saúde e segurança pública – e da reforma da previdência, extremamente prejudicial ao povo brasileiro, a qual se esforça para aprovar, Bolsonaro continua a sua perseguição aos professores e estudantes por meio da defesa do Escola sem Partido, dos ataques aos cursos das áreas de humanas e anuncia recentemente o corte de 30% dos investimentos nas Universidades e Institutos Federais.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, economista e executivo do mercado financeiro, chama de balbúrdia a liberdade de expressão das universidades UFF, UNB e UFBA, conhecidas pelo bom desempenho em pesquisa, e logo abrange a medida para as demais UFs e IFs. Os Institutos Federais, grandes responsáveis por descobertas na área científica, chegaram a cidades que antes nem sonhavam com acesso a tecnologia; pesquisas fomentadas nos laboratórios das instituições se estenderam para as comunidades locais por meio de projetos de extensão, e pela luta do movimento estudantil pela democratização do acesso aos IFs, a juventude periférica ocupa os espaços e vivencia a ciência. A juventude que antes deixava as escolas, sem perspectiva de futuro, passou a estudar e conhecer a tecnologia, tendo oportunidades de formação e de se tornar contribuinte para o desenvolvimento do Brasil.

Com o corte proposto o governo escolhe retroceder, colocando a maioria dos Institutos Federais em situação dificultosa para o funcionamento – como o IFF que terá menos 18 milhões, o IFPR menos 20,8 milhões e o IFRN menos 27 milhões de investimento -, mostrando mais uma vez o seu projeto de desmonte educacional em nosso país.

Somos estudantes de áreas biológicas, exatas e humanas. Fazemos parte dos Institutos Federais e o defenderemos para o bem do Brasil. Acreditamos que não há desenvolvimento sem a valorização da pesquisa, da ciência e da tecnologia. Por isso, convocamos os Institutos Federais para que se mobilizem, realizando assembleias estudantis junto de seus grêmios, conselhos de representantes de turma e coletivos, para nos prepararmos e construirmos, no dia 15 de maio, a paralisação nacional em defesa da educação, essa que nos é garantida por direito na Constituição de 1988.

Não nos calaremos diante à tentativa de nos amordaçar pela perseguição, justificada em argumentos ideológicos de quem não aceita ser contrariado. A democratização do ensino conquistada por nós com árduas lutas, bem como o desenvolvimento de projetos científicos contribuintes para toda a comunidade não podem ser prejudicados. A economia de um país tem em sua base o conhecimento científico crítico e social, por isso, nos Institutos Federais não aceitaremos retrocessos. No dia 15 de maio, estejamos juntos na linha de frente pela defesa e respeito com o que conquistamos e temos por direito, a educação pública e de qualidade!