Turquia restringe acesso da Marinha russa ao Mar Negro

A situação na Ucrânia se transformou em uma guerra total, disse o principal diplomata da Turquia

A Turquia pode restringir o acesso de navios de guerra russos ao Mar Negro devido ao conflito em curso na Ucrânia, disse seu ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, neste domingo.

– Não são alguns ataques aéreos agora, a situação na Ucrânia é oficialmente uma guerra… Implementaremos a Convenção de Montreux -, disse Cavusoglu à CNN Turk em entrevista ao vivo.

– A Turquia implementará todas as disposições da Convenção de Montreux de maneira transparente – acrescentou o ministro.

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Sob a Convenção de Montreux de 1936, que regulamenta os estreitos do Mar Negro, a Turquia pode fechar os estreitos para navios militares de qualquer nação em estado formal de guerra, bem como quando se sente ameaçada por uma guerra iminente. O país não pode fechar os estreitos completamente, no entanto, a menos que esteja em estado de guerra.

Ancara ainda permitirá que navios militares, retornando aos seus portos de origem, passem pelo estreito, observou Cavusoglu.

– Não deve haver nenhum abuso dessa isenção. Navios que declaram retornar às suas bases e passar pelo estreito não devem se envolver na guerra – disse o diplomata.

Economia

Rússia diz que política ocidental de sanções leva à “terceira guerra mundial”

Kiev pediu repetidamente a Ancara que feche o estreito para a Rússia, apesar de nenhum dos lados do conflito em curso declarar formalmente guerra. A Rússia lançou a operação militar em larga escala na Ucrânia na quinta-feira (24/02), citando a necessidade de proteger as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk de um suposto ataque total das tropas ucranianas. A Ucrânia classificou o ataque como “não provocado”.

Kiev negou ter tentado atacar as repúblicas que se separaram da Ucrânia após o golpe de Maidan em 2014 e a derrubada do governo democraticamente eleito do país.

Moscou reconheceu formalmente as repúblicas como estados independentes na segunda-feira (21/02), assinando tratados bilaterais de amizade com eles e prometendo assistência militar.