TRF-4: fazenda Araupel pertence à União

Deu ruim para os grileiros de terra no Paraná.

Por 4 votos favoráveis a 1 contra, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu nesta terça (1º) que a Fazenda Rio das Cobras pertence à União, e não à Araupel.

Ironicamente, a Araupel chegou a cantar vitória antecipada no dia 13 de junho último, quando o julgamento estava 2 votos a 1. Chegou a pagar anúncios na velha mídia paranaense. Mas a Arapuel foi desmentida no novo acórdão proferido hoje pelos desembargadores do tribunal.

Venceu a tese do Ministério Público Federal que pedia a nulidade do título do Assentamento Celso Furtado, portanto, a propriedade retornou à União.

A área também vinha sendo disputada pelos trabalhadores do MST, que a havia ocupado em julho de 2014.

A área tem cerca de 35 mil hectares no município de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu, região Sudoeste, cujas terras tinham sido griladas pela fazenda Araupel.

Economia

Cerca de 3 mil famílias do Acampamento Herdeiros da Luta 1° de Maio reivindicam a área grilada que pertencer à União para fins de reforma agrária.

Em julho de 2014, quando concorria ao governo do estado, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) apontou a Araupel como sendo invasora de propriedade pública e comparou a empresa ao tráfico de drogas.

“Temos que garantir o emprego, mas verificar quem é o dono desta terra. O tráfico de drogas dá emprego para 100 mil pessoas, isso quer dizer que temos que manter o tráfico, que é ilegal?”, comparou ao ser inquirido sobre a questão.

Requião ainda disse que “não se pode defender uma invasão, mas não estou falando de uma ocupação de pessoas desesperadas por um pedaço de terra”.

O deputado Requião Filho (PMDB), em sua coluna de 28 de maio de 2015, aqui no Blog do Esmael, voltou ao tema para denunciar que a Araupel tinha doado R$ 150 mil para a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB). Segundo o parlamentar, à luz da Justiça, a empresa é considerada “invasora”.

Em abril de 2016, numa ação de desocupação pela PM, dois trabalhadores do MST foram assassinados. Na opinião da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), à época, as mortes foram resultado do desprezo com que o governo do estado trata as demandas sociais.

Com informações do blog Olho Aberto Paraná

Comments are closed.