O empresário curitibano Tony Garcia, ex-deputado estadual, divulgou nesta segunda-feira (10/7) um vídeo [assista abaixo] revelando sua atuação como “agente infiltrado” na Operação Lava Jato. Garcia afirma que sua entrada nesse papel ocorreu no início dos anos 2000, conforme explicou em entrevistas e documentos compartilhados exibidos aqui no Blog do Esmael.
Segundo Garcia, sua colaboração como agente infiltrado foi conduzida a pedido do ex-juiz e atual senador Sérgio Moro, do partido União Brasil-PR. O empresário tem revelado uma série de conversas gravadas por ele e obtidas pela Operação Spoofing, da Polícia Federal, que corroboram sua atuação como agente infiltrado e mostram sua interação com Moro e procuradores envolvidos na operação.
Em suas declarações no vídeo, Garcia relata que desde 2006, Moro e o Ministério Público Federal do Paraná tinham como objetivo perseguir o Partido dos Trabalhadores (PT) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Garcia afirma que eles sabiam de sua ligação com políticos do PT e buscavam obter informações sobre o partido e seus membros.
O empresário afirma ter atuado como agente infiltrado por mais de 19 anos e ter recebido diretamente as ordens de Moro. Ele relata ter sido usado para obter informações que foram usadas para perseguir o PT e seus membros. Garcia também menciona ter sido orientado a gravar ilegalmente pessoas de interesse da operação, utilizando telefones fornecidos pelos procuradores.
Ironicamente, Garcia usou os equipamentos para gravar os próprios integrantes da Lava Jato.
Ao Blog do Esmael, o empresário fez uma previsão sombria para os membros da antiga força-tarefa de Curitiba: ‘Eles irão passar o Natal na cadeia; vou levar um gravador como aquele que ele [Moro] me pediu para comprar e usei para gravá-lo’, disse.
As denúncias de Garcia levaram o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspender todos os processos do ex-deputado na 13ª Vara Federal de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), solicitando cópias integrais de todas as ações para análise no STF.
As acusações feitas por Tony Garcia levantam sérias questões sobre a conduta dos envolvidos na Operação Lava Jato e a imparcialidade das investigações. As revelações de um suposto agente infiltrado trazem à tona o debate sobre os limites éticos e legais das práticas adotadas durante a operação.
Diante das alegações de Garcia, é essencial que as autoridades responsáveis conduzam investigações imparciais e aprofundadas para verificar a veracidade de suas declarações e tomar as medidas apropriadas. O Supremo Tribunal Federal e outros órgãos competentes devem analisar cuidadosamente as provas apresentadas por Garcia.
A sociedade aguarda ansiosamente por respostas sobre as denúncias de Tony Garcia, que podem ter profundas implicações no cenário político e judicial do país. À medida que mais informações surgirem, será possível avaliar o impacto dessas revelações no futuro das instituições envolvidas.
No entanto, esses explosivos áudios – embora não tenham relação direita – nada ajudam o senador Sergio Moro, que, em breve, será julgado no TRE-PR por caixa dois e abuso do poder econômico.
Sobre a Vaza Cueca
O termo “Vaza Cueca” refere-se às denúncias feitas pelo empresário curitibano Tony Garcia envolvendo desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4) e uma suposta festa das cuecas. Essas denúncias têm um duplo sentido. Por um lado, faz referência às festas da cueca, que podem ser interpretadas como eventos festivos relacionados a roupas íntimas masculinas. Por outro lado, há uma alusão à expressão popular “caganeira”, que significa diarreia ou desconforto intestinal.
De acordo com as declarações de Tony Garcia, desembargadores do TRF4 supostamente teriam participado de uma festa chamada de “festa da cueca” em Curitiba, na suíte presidencial de um hotel, na companhia de garotas de programa.
As denúncias levantadas por Tony Garcia têm gerado polêmica e questionamentos sobre a conduta dos desembargadores e juízes dos julgamentos realizados no âmbito da Operação Lava Jato, especialmente em relação ao caso de Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado pelo TRF4 no processo do triplex do Guarujá, e posteriormente o STF anulou as sentenças.
Assista o revelador vídeo de Tony Garcia:
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