Temer e Aécio ajudados pelo “efeito ricochete” de denúncia do MPF contra Joesley e ex-procurador

Um provérbio bíblico afirma que há males que vêm para o bem. Que o digam Aécio Neves (PSDB) e Michel Temer (MDB) — ambos pendurados no STF.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta segunda (25), à Justiça, o açougueiro Joesley Batista, dono da J&F, e o ex-procurador da República Marcelo Miller pelo crime de corrupção.

A denúncia, que ainda é só uma denúncia, ajuda na estratégia de defesa de Temer e Aécio. Na última quinta (21), eles se reuniram na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em Brasília, para definir meios para anular provas da lava jato.

Temer se enrolou ao ser gravado supostamente pedindo para que Joesley mantivesse em silêncio o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso em Curitiba pela lava jato.

Aécio responde por ter pedido R$ 2 milhões em propina cuja entrega de mala com parte do dinheiro a um primo dele foi filmada pela PF.

Quando vazou o encontro, o trio desconversou dizendo que se tratava de uma discussão para substituir Geraldo Alckmin por João Doria na disputa pela Presidência da República.

Economia

Pelo sim pelo não, a denúncia do MPF tem “efeito ricochete” sobre o caso de Aécio e Temer.

“A linha [de defesa] deles é a de que o indiciamento reforça a ideia de que Muller fez jogo duplo durante a negociação da delação da JBS. Portanto, querem anular as provas do acordo. Cabe ao ministro Fachin a decisão final sobre a rescisão do acordo”, revelou semana passada Andreia Sadi, do G1.

O que dizem os denunciados

A defesa do ex-procurador sustentou no processo que ele “nunca atuou como intermediário entre o grupo J&F ou qualquer empresa e o procurador-geral da República Rodrigo Janot ou qualquer outro membro do Ministério Público Federal”.

Em nota, a defesa de Joesley Batista negou que tenha oferecido vantagens ao ex-procurador. “A denúncia despreza todos os depoimentos e documentos aportados ao inquérito pela própria defesa, utilizando-se de majoritariamente de um procedimento administrativo conduzido de forma açodada pela PGR [Procuradoria-Geral da República] em setembro do ano passado”, diz a nota.

Com informação da Agência Brasil