Li nos jornais que nas próximas eleições municipais a vitória será de quem tiver o nome menos envolvido em escândalos. Fiquei escandalizado com tal afirmação! Oras(!), sempre achei que o cargo de prefeito deveria ser daquele que trouxesse as melhores propostas à mesa. Estamos em uma lógica paulistana às avessas, é a antítese do velho Maluf que era conhecido vulgarmente como o “rouba mas faz”. Agora vale o “não faz, mas gente, ele não roubou…”
Pela lógica colocada basta não roubar e não ter quase todos os amigos, comissionados ou não, presos para ser um bom prefeito. Não há que se falar em fazer obras necessárias nos bairros? Peitar e enfrentar a tarifa do transporte coletivo, isso pode? Pela lógica não… melhor não discutir e deixar os tarifeiros cada vez ganhando mais com um serviço cada vez pior. O grande projeto para a prefeitura seria a maquiagem, tipo um “prefeito cross-fox”: um carro urbano com carinha e adereços de aventureiro que atola em poça de lama.
Uma cidade sempre tem problemas estruturais, problemas reais de pessoas de verdade, daquelas que acordam cedo, pulam a valeta na porta de casa para pegar um ônibus superlotado e arca com as tarifas mais caras do sul do mundo! Pessoas que não tem creche para deixar os filhos. Pessoas que não são atendidas em posto de saúde. Pessoas verdadeiras e que também de forma verdadeira morrem de medo de andar nas ruas e logradouros públicos que estão abandonados… mas, como uma boa Palio Adventure, a cidade ganha alguns adereços…