Reinaldo de Almeida Cesar*
Enquanto o mundo tremia na agitação de maio de 1968, por aqui, em terras nativas, os estudantes tomaram a reitoria da UFPR em protesto contra o anunciado acordo MEC-USAID. Na linha de frente, idealistas de ontem e de hoje, como Stenio Jacob, Luis Manfredini, Zequinha Ferreira, Clair Flora Martins e tantos outros. O quadro ficou muito tenso, com ares de tragédia anunciada, pela confirmação de que era iminente uma enérgica intervenção do Exército.
Nesta época, o Paraná tinha um grande, melhor dizendo, um extraordinário governador, Paulo Cruz Pimentel.
Com sua aguçada sensibilidade política, notável inteligência e vocação para o diálogo e para a democracia, Paulo Pimentel — com o auxílio de seu secretário de Segurança Pública, o honrado José Munhoz de Mello, esteio de uma família de grandes juristas — empenhou-se até o último e pessoalmente negociou com os estudantes a saída pacífica do prédio. O Governador Paulo Pimentel evitou, assim, um derramamento de sangue, que mancharia o Paraná para sempre.
É verdade que, na saída da reitoria, os estudantes levaram de arrasto o busto de Flavio Suplicy de Lacerda, mas essa é uma outra e saborosa história.
***
Alvaro Dias teve uma carreira política fulgurante. Chegou ao Senado Federal aos 38 anos de idade, na eleição de 1982, em dobrada com José Richa.
Dali para