A novela da área calma de Curitiba teve mais um capítulo surreal nesta semana. Não pela restrição da velocidade em si, mas pelo ímpeto da administração municipal em implantar o programa mesmo sem ter condições e infraestrutura para isso.
Como todos sabem, a Prefeitura de Curitiba não tem contrato com a empresa Consilux, que é dona dos radares utilizados no trânsito da cidade.
A confusão começou em 2011, quando o programa Fantástico da Rede Globo veiculou reportagem apontando a existência de uma máfia da indústria da multa em diversos pontos do País, que manipularia licitações, pagando propina para obter contratos com prefeituras para a operação de radares e lombadas eletrônicas. Entre as envolvidas estaria a Consilux, que desde 1998 mantém contratos com a Prefeitura de Curitiba.
Devido à divulgação das denúncias e à repercussão nacional do caso, o então prefeito Luciano Ducci (PSB) havia determinado a suspensão do contrato com a Consilux, anunciando a “estatização” de radares e lombadas, o que de fato não se concretizou.
Para resumir a história, a Prefeitura paga até hoje mensalmente, em caráter emergencial, para a tal Consilux pela utilização dos radares. E são 16 desses aparelhos da Consilux que estão sendo instalados na dita “área calma”.
A primeira pergunta que surge é por que a Prefeitura simplesmente não faz uma nova licitação? Já se passaram quatro anos desde o rompimento e a Consilux continua atuando e faturando às custas das multas aplicadas nos curitibanos.
O advogado especialista em trânsito, Marcelo Araújo, chama atenção para um outro detalhe bizarro: quem está fazendo a mudança desses aparelhos? Não se trata de uma operação simples.
O jornal Gazeta do Povo publicou ontem (12) foto de um tra