Suspeitos de morte de médicos foram executados menos de 12 horas após o crime, aponta investigação

Os quatro suspeitos do triplo homicídio de médicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, podem ter tido um destino trágico, com suas vidas ceifadas entre 10 e 12 horas após o crime brutal que abalou a região.

Essa revelação vem à tona com base em um laudo minucioso produzido por peritos da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

O documento é resultado da análise das condições dos quatro cadáveres, que revela que dois deles aparentavam estar em um estágio avançado de rigidez muscular generalizada.

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Esse indício aponta para uma transformação bioquímica que ocorre após esse intervalo de tempo.

O local onde os corpos foram encontrados, na Rua Abraão Jabor, no Camorim, também na Zona Oeste, se tornou palco de uma cena aterradora.

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Os cadáveres de dois dos criminosos já exibiam a condição de rigidez muscular generalizada às 22h40 da fatídica quinta-feira (5/10).

Além disso, eram visíveis os orifícios típicos de ação perfuro-contundente, indicando ferimentos causados por disparos de armas de fogo e facadas.

Esses ferimentos afligiram as regiões dorsal, lombar, torácica, epigástrica e flanco direito dos corpos, deixando marcas de uma violência sem precedentes.

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O tempo é responsável para que ocorra essa rigidez muscular generalizada e ele é influenciado por diversos fatores intrincados.

Somente o exame cadavérico, realizado pelos peritos no Instituto Médico-Legal (IML), poderá atestar essas informações com a máxima precisão.

O jornal carioca O Globo disse que ouviu o médico legista George Samuel Sanguinetti, professor da Universidade Federal de Alagoas, que assim afirmou:

“Quando ocorre a morte, um dos primeiros fenômenos de transformação que se manifesta no cadáver é a rigidez muscular, que inicia pelo mento e se estende pelos músculos de todo o corpo. Essa mudança bioquímica é sensível a fatores como a idade da pessoa, sua alimentação prévia à morte e variações ambientais, incluindo a temperatura do local. Podemos estimar que esse enrijecimento generalizado ocorra entre oito e dez horas após o óbito.”

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A análise minuciosa realizada pelo Grupo Especial de Crime (GELC) da DHC aponta que, dentro de um Honda HRV abandonado no Camorim, foram encontrados os corpos de três homens.

Dois deles eram brancos e um de pele parda, com idade aparente de 25 anos.

Os corpos estavam vestidos com camisas, bermudas e tênis.

O carro teria sido abandonado no local por volta de 22h55, e o motorista foi resgatado por uma motocicleta, cujo modelo e cor ainda não foram identificados.

Em um desdobramento igualmente chocante, um quarto corpo foi encontrado na Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul, também na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste.

O horário do achado foi por volta de 01h03.

A vítima foi identificada como Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk.

O corpo de Lesk também apresentava “múltiplos ferimentos provocados por projétil de arma de fogo”, de acordo com a análise forense.

Para o perito Nelson Massini, professor titular de Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, as lesões que aparecem nos suspeitos, incluindo contusões nas cabeças, indicam sinais inquestionáveis de tortura.

Além disso, os corpos parecem ter sido arrastados, lançando luz sobre a selvageria com que esses indivíduos foram tratados após a execução do crime horrendo.

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) informou que a família vai pedir acesso aos autos para acompanhar o caso, que continua aberto, apesar de setores da velha mídia dizerem que o caso está “encerrado” com a morte dos executores dos três médicos.

Sobre a execução de médicos

Na madrugada do dia 5 de outubro de 2023, três médicos ortopedistas foram executados a tiros em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Um quarto médico ficou ferido durante o ataque.

Os eventos ocorreram em questão de segundos, com a ação dos criminosos sendo descrita como rápida e assustadora por testemunhas.

As investigações ainda estão em andamento para esclarecer os detalhes do crime.

A polícia suspeita que os milicianos teriam se enganado sobre o alvo e, por isso, os quatro supostos bandidos foram mortos pelo Comando Vermelho.

A execução dos médicos chocou a comunidade médica e a população em geral.

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