Sucessão no Paraná expõe racha e risco para Ratinho Junior em 2026

A sucessão ao governo do Paraná, nas eleições de 2026, chegou ao ponto de fervura. A multiplicidade de pré-candidatos e a disputa interna no grupo do governador Ratinho Junior, do PSD, acendeu alerta sobre o risco de o governo ficar fora do segundo turno, segundo apuração com líderes estaduais e municipais.

O quadro reúne cerca de dez nomes, mas a briga principal está no campo governista. De um lado, Guto Silva, secretário das Cidades e aliado histórico de Ratinho. Do outro, Alexandre Curi, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, que ampliou musculatura com prefeitos e partidos aliados.

O Blog conversou com dezenas de prefeitos, deputados e dirigentes durante a Caravana Federativa em Foz do Iguaçu, evento do governo federal, e na plenária regional de Alexandre Curi. Os relatos apontam pressões para que Ratinho sacramente Curi, visto como “candidato da razão”, enquanto Guto segue como “candidato do coração” do governador.

A resistência é pública e privada. Prefeitos e vereadores, principalmente da região Oeste, já admitem reação se o PSD impor Guto. Um líder próximo ao governo, da chamada “República de Jandaia do Sul”, relatou urticária no terceiro andar do Palácio Iguaçu após a confirmação de Requião Filho, do PDT, apoiado pela Federação Brasil da Esperança, indicando nova variável eleitoral.

Sergio Moro, senador do União Brasil e ex-juiz da Lava Jato, observa a fragmentação e trabalha para reeditar o discurso anti-PT no segundo turno. Petistas jamais chegaram à etapa final no Paraná, mas Requião Filho busca inverter a história com o suporte nacional da federação.

A lista de aspirantes inclui ainda Rafael Greca, do PSD, cortejado por PP, Podemos e MDB; Paulo Martins, do Novo, vice-prefeito de Curitiba e amigo de longa data de Ratinho; além de nomes a definir por PSOL-Rede, PSTU, PCO e Missão (antigo MBL).

No entorno de Curi, o plano B está pronto caso Ratinho escolha Guto. Republicanos é caminho natural, com apoio informal de PP, Podemos, MDB e setores do PL. Nos bastidores, circula composição que prevê vice do PP, Senado para Álvaro Dias e outra vaga ao deputado Filipe Barros.

Greca é visto como possível vice dos sonhos, mas também cogita voo próprio, aproveitando flerte multipartidário. O xadrez está longe de fechar. Início de abril é o prazo fatal para definições partidárias.

O movimento de Requião Filho foi classificado como “cavalo de pau”, pois ele se reúne na quarta (5) com o presidente Lula e os chefes nacionais do PDT e PT, Carlos Lupi e Edinho Silva. A velocidade da costura acelerou temores no Iguaçu.

Entre governistas, a ordem não oficial foi “ligar os freezers”, numa tentativa de congelar mágoas internas até outubro de 2026. A aposta é que tempo e máquina pública pacifiquem o bloco. Porém, aliados admitem que o risco de fragmentação nunca foi tão grande na história política do Paraná.

Moro vê cenário favorável se o governismo rachar. Lula e o PT testam musculatura no estado historicamente hostil. E Ratinho, apesar da força administrativa, encara dilema delicado: fidelidade pessoal ou cálculo político.

Em política, o relógio não perdoa. E, segundo dirigentes, quem errar nesta fase pode assistir à disputa do lado de fora do segundo turno.

Aqui está uma tabela organizada com os nomes citados e seus status na disputa pelo governo do Paraná em 2026:

NomeCondiçãoPartidoObservação política
Sergio MoroPré-candidatoUnião BrasilEx-juiz da Lava Jato, aposta em discurso anti-PT
Rafael GrecaCotadoPSD (cortejado por PP, Podemos, MDB)Ex-prefeito de Curitiba, barão do PSD
Guto SilvaPré-candidatoPSDPreferido pessoal de Ratinho Jr.
Alexandre CuriPré-candidatoPSD (sondado pelo Republicanos)Presidente da ALEP, favorito da base municipal
Requião FilhoPré-candidatoPDT (apoiado por PT, PCdoB, PV)Nome da Federação Brasil da Esperança no Paraná
Paulo MartinsPré-candidatoNovoVice-prefeito de Curitiba, amigo antigo de Ratinho
Nome a definirPré-candidatoPSOL-RedeFrente da esquerda radical/alternativa
Nome a definirPré-candidatoPSTUCandidatura própria e ideológica
Nome a definirPré-candidatoPCOCandidatura própria
Nome a definirPré-candidatoMissãoRepresentante do antigo MBL

Portanto, o Paraná entrou na temporada de faca no dente. O PSD precisa escolher entre coração e pragmatismo, enquanto oposição e lavajatistas farejam oportunidade rara. Vem aí um dos duelos mais imprevisíveis do país. Leia no Blog do Esmael e acompanhe a cobertura completa.

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