Sob Bolsonaro, advogados foram ‘urberizados’ pela crise econômica

► A crise econômica de Bolsonaro ceifa sonhos e desperdiça talentos na advocacia
► 44% dos advogados brasileiros ganham mensalmente na faixa de R$ 2.500, qual seja, menos que o auxílio-moradia de juízes e procuradores de R$ 4.253 por mês

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e os governos estaduais costumam colocar a precarização, a pejotização e a uberização como “melhora” nas condições de emprego e renda no país. Mentira.

Os advogados também foram atingidos pelo fenômeno do desemprego e da uberização durante a pandemia, que foram amplificados pela crise econômica bolsonarista.

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Pesquisa do Datafolha afirma que dois terços dos profissionais atuam de forma autônoma, sem vínculo formal com escritórios ou empresas. O levantamento foi realizado em 2021 com 303 advogados de todas as regiões do país.

Segundo o Datafolha, 44% dos advogados brasileiros ganham mensalmente na faixa de R$ 2.500, qual seja, menos que o auxílio-moradia de juízes e procuradores de R$ 4.253 por mês.

No Paraná, a pandemia e os efeitos do neoliberalismo podem ter sido mais nefastos ainda. Em 2017, a OAB-PR já estimava que 55% dos 63 mil advogados habilitados na seccional ganhavam menos que o auxílio-moradia de juízes e integrantes do Ministério Público do Paraná.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informa que há mais de 1,2 milhão de advogados inscritos no país.

Economia

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A OAB-PR tem 112 mil advogados inscritos.

Profissionais recém-formados e veteranos que não se adaptaram ao uso das ferramentas tecnológicas foram os mais afetados pela uberização, diz a Ordem.

Além de virar motorista de aplicativo, do Uber, advogados também sobrevivem com venda de produtos de beleza, recorrem à ajuda emergencial de seccionais da OAB e de parentes.

Muitos advogados, a exemplo de outros profissionais, não conseguem mais atuar na área.

Moral da história: a crise econômica de Bolsonaro ceifa sonhos e desperdiça talentos na advocacia.