Sérgio Moro prendeu Lula e ganhou emprego do adversário de extrema-direita, diz imprensa mundial

A promessa de emprego para o juiz Sérgio Moro, algoz de Lula, feita pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, virou motivos de chacota e apreensão no mundo.

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“Bolsonaro promete emprego sênior para o juiz que prendeu o seu rival”, anotou o britânico The Times.

Moro foi anunciado ontem (1º) superministro da Justiça e da Segurança Pública a partir de janeiro de 2019.

O diabo é que o magistrado da lava jato, ao entrar para a política, corroborou o argumento da defesa do ex-presidente petista de perseguição, partidarismo, parcialidade, enfim, de suspeição do juiz.

Moro foi convidado para ocupar a superpasta ainda durante a campanha eleitoral, vazou o vice-presidente eleito General Mourão.

Economia

O New York Times, dos Estados Unidos, registrou que a decisão de Moro ocupar o superministério aumenta a suspeita [da esquerda] de que o juiz estava desde o início em conluio para tirar Lula da corrida presidencial e ajudar seu oponente, Jair Bolsonaro.

O Washington Post, igualmente estadunidense, destacou que a decisão do magistrado de “se juntar ao novo governo alimenta a suspeita de muitos brasileiros de que o juiz estava politicamente inclinado a encarcerar o ex-presidente Luiz Inácio [ Lula] da Silva, com uma condenação que tirou o líder da esquerda da corrida presidencial”.

O britânico Financial Times também escancarou a maracutia do judiciário brasileiro na manchete “Bolsonaro nomeia juiz que ajudou a prender Lula”, bem como a BBC de Londres não teve dúvidas ao afirmar a nomeação de Moro deve alimentar alegações de que sua investigação antifraude foi politicamente motivada”.

O francês Le Monde questiona se a nomeação para o Ministério da Justiça é uma “recompensa do futuro chefe de direita por ter aprisionado o líder da esquerda brasileira”.

A mídia brasileira, raríssimas exceções, ainda não conseguiu formular neste nível.