Sérgio Moro muda de convicção e diz que “caixa 2 não é corrupção” no governo Bolsonaro


O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, admitiu que o governo cedeu a pedidos de parlamentares e descriminalizou o caixa 2 no “projeto anticrime”, que apresentará ao Congresso, medida que altera 14 leis, conforme noticiado pelo jornal O Estado de São Paulo. 

O ex-juiz da Lava Jato disse que o fatiamento é uma “estratégia” para a tramitação do projeto e que o governo foi “sensível” às “reclamações razoáveis” de políticos de que o delito de caixa 2 é menos grave do que corrupção, crimes violentos e o crime organizado.

“Houve reclamações por parte de agentes políticos de que o caixa 2 é um crime grave, mas não tem a mesma gravidade de corrupção, crime organizado e crimes violentos. Então, nós acabamos optando por colocar a criminalização num projeto à parte mas que está sendo encaminhado neste momento. Foi o governo ouvindo as reclamações razoáveis dos parlamentares quanto a esse ponto e simplesmente adotando uma estratégia diferente. Mas os projetos serão apresentados ao mesmo tempo”, declarou o ministro.

Moro foi questionado sobre se isso não significaria deixar em segundo plano a criminalização do caixa 2 e se esse delito não é uma espécie de corrupção. Em resposta, frisou que nenhum governo anterior chegou a propor esta medida.

“Existe o crime de corrupção, previsto no Código Penal, e o caixa 2 que é um crime que existe no código eleitoral e não está adequadamente tipificado. E o que o governo faz assumindo um compromisso na linha do fortalecimento institucional do Estado de direito é propor uma tipificação mais adequada do caixa 2. Qual governo fez isso antes? Nenhum. O governo tem um firme compromisso em reforçar a institucionalidade. E isso passa pelo fortalecimento do combate a corrupção, crime organizado e crimes violentos”, disse Moro.

Ou seja, o Moro ministro e agente político do governo Bolsonaro mudou rapidamente as suas convicções sobre o caixa 2, pretexto tão usado para perseguir e prender os petistas.

Economia

*Com informações do Estadão Contéudo