Defenestrada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) da liderança do governo nesta quinta (17), a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) perdeu força de arranque no seu projeto de candidatura para a prefeitura de São Paulo em 2022. Além disso, a crise no PSL pode afetar fortemente o futuro imediato da legenda em São Paulo, feudo ainda sobre o controle de Eduardo Bolsonaro.
Joice sempre foi vista com reservas pelo chamado “bolsonarismo raiz” e agora se encontra sem uma base partidária para impulsionar a sua candidatura. No espectro político paulistano, à direita e à esquerda o quadro apresenta um congestionamento de candidaturas. O que vai dificultar a movimentação da “ex-bolsonaro de saias”.
Há pouco mais de um ano das eleições, os espaços partidários já estão praticamente delimitados, principalmente nas maiores máquinas partidárias.
Joice tem a opção de abraçar o projeto de João Doria, do novo PSDB, que busca apagar as imagens do período “bolsodoria”. Ou de ingressar no nanico PRTB do vice-presidente Hamilton Mourão e Levy Fidélix e tentar um voo solo – e solitário.
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“Eu ganho uma carta de alforria. Graças a Deus. Estou feliz da vida”, disse Hasselmann com a empáfia de sempre sobre o episódio da demissão da liderança do PSL, um desdobramento da guerra pelo controle da legenda entre Bolsonaro e o deputado Luciano Bivar, dono da burocracia do partido.
A verdade é que Joice será obrigada a refazer seus planos e projetar novos cenários. No momento, a pré-candidatura de Joice entra forçosamente no chamado “modo parafuso”.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.