Secretários de Educação petistas criticam Bolsonaro e defendem suspensão de aulas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Secretários da Educação de três estados comandados pelo PT – Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte – defenderam ontem (25) a continuidade da suspensão das aulas no País, em decorrência da pandemia de coronavírus, e criticaram duramente o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro por defender o contrário, em pronunciamento feito na segunda-feira.

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Em entrevista exclusiva ao site PT na Câmara, os secretários de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, do Piauí, Ellen Gera, e do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques, argumentaram que a continuidade da suspensão das aulas visa a proteger a saúde e a vida da população.

Os secretários apoiaram decisão do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) de manter a suspensão das aulas letivas em todo o País. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira (25).

Economia

Interesse nacional
“Hoje há um consenso entre os estados de que não há possibilidade de mantermos as escolas funcionando. É muito importante o posicionamento do Consed, principalmente neste momento em que o Poder Executivo Federal começa a conflitar com os interesses maiores da nação”, afirmou Ellen Gera, ao referir-se ao pronunciamento de Bolsonaro.

Gera observou que o Brasil passa por um momento extremamente crítico e requer “uma posição de liderança mais clara que possa conduzir a sociedade” a um outro patamar de desenvolvimento econômico, social e cultural.

Ellen Gera lembrou que o estado do Piauí, governado pelo petista Wellington Dias, tem na pasta da educação 250 mil matrículas, com 40 mil profissionais entre ativos e aposentados, ou seja, quase 300 mil pessoas tocadas diretamente pela política educacional estadual.

Proteção da população
“Imaginando que essas pessoas têm família, estamos falando em um contingente de quase um milhão de pessoas tocadas pelas escolas públicas estaduais, por exemplo. Para um estado que tem 3, 2 milhões de habitantes, a Secretaria Estadual de Educação alcança um terço da população piauiense”, disse o secretário. Esses números, por si só, justificam medidas drásticas para conter a expansão do Covid-19 no estado, sublinhou Gera.

O secretário piauiense disse ainda que ao invés de Bolsonaro ficar fomentando conflito entre os governos estaduais e federal, deveria buscar soluções dos problemas complexos que o País enfrenta. “Infelizmente o pronunciamento do presidente foi na contramão de tudo que estamos dialogando com a comunidade científica e profissionais de saúde e de outras áreas”, criticou.

Bahia
O secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, lembrou que o estado está resguardado pelas determinações e orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e também por decreto do governador Rui Costa. “A suspensão de atividades econômicas, aulas e eventos culturais visam a preservar a saúde, a vida”, argumentou.

Rodrigues acrescentou que é arriscado colocar 40 ou 50 estudantes dentro de uma sala de aula ou colocar centenas de alunos no espaço de uma escola. “Então está clara a nossa responsabilidade com a saúde pública”.

Carta dos governadores do Nordeste
Jerônimo Rodrigues informou que nove governadores do Nordeste firmaram pacto de combate ao coronavírus e em defesa da vida. “Nossos governadores se posicionaram porque têm clareza sobre o que o Nordeste pode sofrer com tamanha irresponsabilidade do presidente da República”, disse.

A carta é assinada pelos governadores Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE), Wellington Dias (PI), Fátima Bezerra (RN), Flavio Dino (MA), Renan Filho (AL), João Azevedo (PB) e Belivaldo Chagas (SE) e aponta o momento grave vivido pelo Brasil. “O coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilíbrio”, diz a carta.

Rio Grande do Norte
Para Getúlio Marques, secretário de Educação do Rio Grande do Norte, estado governado pela petista Fátima Bezerra, há uma sintonia entre os governadores de todo o Brasil para preservar a vida da população, mantendo a suspensão das aulas. “Todos têm a questão do combate ao coronavírus como principal ponto de preocupação. Já temos a experiência dos países que não fizeram a quarentena e o resultado drástico que deu. Não podemos correr esse risco”, alertou Marques.

As informações são do PT.