Manifestantes e ativistas do movimento Black Lives Matter criaram a “zona autônoma de Capitol Hill”, na cidade de Seattle, no estado de Washington, noroeste dos Estados Unidos. A área autônoma, cercada por barricadas, se estende por doze quarteirões no bairro de Capitol Hill, incluindo um dos distritos policiais da cidade. A região, na área central de Seattle, foi palco de protestos e de confrontos com a polícia após o assassinato de George Floyd em Minneapolis, Minessota, no último dia 25 de maio.
A delegacia agora está coberta por tábuas de madeira, completamente desativada. Em uma das barricadas que marcam os limites da ocupação há uma placa com o aviso: “você está entrando na área livre de Capitol Hill”. Nas paredes, diversas pixações que dizem “zona livre de policiais”. Um outro grafite, no letreiro do edifício, transformou o departamento de polícia em “departamento do povo” de Seattle.
Em vários pontos, cartazes expõem as demandas do movimento: fim do financiamento para a polícia e da repressão contra a população negra, aumento de verbas para saúde e para a segurança comunitária, com patrulhas formada por moradores, e a retirada de todas as acusações contra os participantes dos protestos antirracistas.
Capitol Hill é um distrito no centro de Seattle, conhecido por abrigar comunidades negras, LGBTQI e de contracultura. O distrito já havia presenciado outros protestos massivos, como em 1999 durante o encontro da OMC-Globalização em Seattle. Em 29 de maio de 2020, novos protestos começaram em Seattle após o assassinato de George Floyd.
LEIA TAMBÉM:
Casos de coronavírus ultrapassam 7,5 milhões no mundo; EUA e Brasil lideram número de infectados
Alcolumbre devolve MP que acaba com eleição para reitor nas universidades federais
Jornal Le Figaro aponta bravatas e manipulações de Jair Bolsonaro
A “Comuna de Capitol Hill” adotou um sistema de autogestão, com a repartição coletiva das tarefas de segurança, alimentação, limpeza e saúde.
Nesta semana os manifestantes ainda ocuparam por algumas horas a prefeitura municipal de Seattle, após uma dura repressão da polícia local, e exigiam a saída da prefeita Jenny Durkan.
Thousands of protestors take over Seattle city hall; demand the mayor steps down after failing to control the brutality of the police. "Hey hey, ho ho, Jenny Durkan has got to go!" #blacklivesmatter pic.twitter.com/AK7WC3l0yc
— Anonymous (@YourAnonCentral) June 10, 2020
Em diversas cidades norte-americanas continuam os protestos contra o racismo e a violência policial, o que abala seriamente o establishment político e a própria campanha pela reeleição de Donald Trump.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.