A partir desta sexta-feira, 1º de janeiro de 2021, o salário mínimo de fome passou a valer míseros R$ 1.100. O valor foi definido nas vésperas da virada do ano pelo presidente Jair Bolsonaro.
O DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) afirma que o valor do salário mínimo deveria ser ao menos R$ 5.289,53 (projeção do mês de novembro).
Segundo o DIEESE, o salário mínimo de R$ 5.289,53 daria para arcar com as necessidades de saúde, alimentação, moradia, transporte e lazer –-fazendo cumprir a Constituição Federal de 1988.
No ano passado, o valor do salário mínimo nacional de fome foi de R$ 1.045. Ou seja, o reajuste para este ano foi de parcos R$ 55, insuficientes para sustentar uma família brasileira.
Nos estados mais ricos do país, no entanto, há seu próprio salário mínimo regional de fome. A saber:
- São Paulo – entre R$ 1.163,55 a R$ 1.183,33.
- Rio de Janeiro – entre R$ 1.238,11 até R$ 3.158,96.
- Paraná – entre R$ 1.383,80 e R$ 1.599,40.
- Santa Catarina – entre R$ 1.215 a R$ 1.391.
- Rio Grande do Sul – entre R$ 1.237,15 e R$ 1.567,81.
É importante o leitor ter claro que o salário mínimo, desde o golpe de Estado, em 2016, vem sendo desvalorizado. A política de reposição acima da inflação foi abandonada e as reformas trabalhista e previdenciária, aliadas à flexibilização na pandemia, completam a precarização da mão de obra com a redução dos vencimentos dos trabalhadores. Eis o cenário de semiescravidão no atual governo Bolsonaro.