Rússia elogia membros do BRICS e compara-os aos países ocidentais após reunião histórica na África do Sul

A cúpula do BRICS, realizada em Joanesburgo entre os dias 22 e 24 de agosto, trouxe à tona uma análise crítica por parte da Rússia sobre a atuação dos líderes do bloco em comparação com os países ocidentais.

Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo e representante do presidente Vladimir Putin no evento, expressou uma visão franca sobre a diferença de abordagem entre os BRICS e o Ocidente.

As declarações de Lavrov, feitas durante uma entrevista para o programa de televisão “Moscou. Kremlin. Putin”, transmitido no canal Rossiya-1, geraram discussões e análises em todo o mundo.

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“Isso mostra que eles balançam a língua, enquanto nós usamos a cabeça e nos envolvemos em questões concretas”, afirmou Lavrov, referindo-se aos políticos e repórteres ocidentais que tendem a fazer declarações condescendentes sobre os BRICS.

Esta afirmação ressalta a noção de que os líderes do bloco – composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – estão direcionando seus esforços para enfrentar problemas reais e complexos, em contraste com uma suposta tendência ocidental de focar mais em retórica.

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A cúpula, que foi a maior dos últimos anos, reuniu os chefes de estado e de governo dos países do Sul Global, além de convidar líderes de 54 nações africanas para participar do evento.

Um dos pontos altos da cúpula foi o anúncio da adesão de novos membros ao grupo a partir de 1º de janeiro de 2024.

Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos foram escolhidos para se juntar ao bloco, enquanto uma lista de potenciais novos membros será discutida na próxima cúpula.

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Anil Sooklal, representante sul-africano do BRICS, revelou que aproximadamente 30 países manifestaram interesse em aderir ao grupo, alguns deles formalizando seus pedidos.

A reunião também reforçou o compromisso dos membros do BRICS em aprofundar a cooperação nas áreas de comércio, economia e segurança.

Os líderes presentes discutiram questões-chave que afetam tanto suas próprias nações quanto o cenário global, como a recuperação econômica pós-pandemia, as mudanças climáticas e a segurança cibernética.

A avaliação de Lavrov, embora provocativa, levanta importantes questões sobre o enfoque dos blocos geopolíticos e suas atuações no cenário mundial.

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A comparação entre abordagens pragmáticas e discursivas não só põe em evidência as dinâmicas do BRICS, mas também incita a reflexão sobre a efetividade das políticas adotadas pelos países ocidentais.

A cúpula do BRICS mostrou-se, mais uma vez, como um espaço de discussão e cooperação entre nações que compartilham objetivos e desafios comuns, buscando soluções tangíveis para os problemas globais.

Enquanto o Ocidente e o Sul Global continuam a moldar suas agendas e estratégias, é inegável que a dinâmica geopolítica mundial está em constante evolução.

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