#AoVivo: Ronaldo Caiado #RodaViva; assista agora

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), é o entrevistado do programa Roda Viva desta segunda-feira, dia 6 de abril, a partir das 22h. O Blog do Esmael transmite o evento ao vivo para o Brasil e o mundo.

Quis o irônico destino que a entrevista ocorresse no mesmo dia que seu aliado, o ministro Henrique Mandetta, fosse poupado na Saúde pelo presidente Jair Bolsonaro.

De ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), responsável pela indicação do ministro Luiz Henrique Mandetta para o Ministério da Saúde, Caiado se transformou num dos mais duros críticos do governo. Nos bastidores, o governador é chamado de “líder da oposição”.

O rompimento ocorreu após as afirmações de Bolsonaro contrárias às medidas de isolamento social impostas em diversos Estados para o combate à Covid-19.

Médico formado pela Escola de Medicina e Cirurgia, hoje parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Caiado afirma que o fechamento de escolas e do comércio em seu estado, por 15 dias, foi adotado com base em critérios científicos, após consultas a diversos especialistas.

Economia

Ao decidir romper com o governo, Caiado não poupou críticas a Bolsonaro:” Ele quer jogar a sociedade contra os governadores”. Em seguida, rebateu o argumento de que a suspensão das atividades iria afetar principalmente a economia e o emprego. Acima de tudo, a seu ver, deve se pensar na saúde da população.

A atração será comandada pela jornalista Vera Magalhães e contará com uma bancada de entrevistadores formada por Conrado Corsalette, editor-chefe do Nexo Jornal; Maria Cristina Fernandes, colunista do Valor Econômico; Madeleine Lacsko, repórter do jornal Gazeta do Povo; Graciliano Rocha, editor do Buzzfeed News; e Alexandra Martins, redatora do BR Político. Há ainda a participação do cartunista Paulo Caruso.

Por enquanto, Mandetta fica no Ministério da Saúde durante o coronavírus
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu aviso prévio ao ministro da Saúde, Henrique Mandetta, nesta segunda-feira (6) após reunião ministerial no Palácio do Planalto.

Mandetta vai permanecer no cargo durante a crise do coronavírus com a anuência de militares e do Congresso Nacional.

Tirando divergências sobre o método de enfrentamento da Covid-19, quase nada diferencia Bolsonaro, os militares, a mídia e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Em 2016, o médico e então deputado Henrique Mandetta (DEM-MS), hoje ministro, votou contra o SUS na PEC 95, que congelou os recursos da Saúde por 20 anos. Os Bolsonaro idem. Tudo com apoio da velha mídia e seus ‘freelancers’ que torcem pelo “super-herói” anti-coronavírus.

O entrevero entre Bolsonaro e Mandetta é complexa, mas não é de difícil entendimento.

O presidente quer levantar o isolamento social para reativar a economia, segundo ele, que está sendo massacrada pelo fechamento de setores considerados não essenciais à população.

Nas últimas horas, Bolsonaro ganhou a queda de braço e a burguesia paulistana também sustentou o presidente. Afinal de contas, se cair Bolsonaro também cairia o ministro Paulo Guedes e, consequentemente, o sistema financeiro cuja missão é especular inclusive na tragédia da Covid-19.

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Mandetta, fica, mas com o ex-ministro Osmar Terra eternamente lhe fungando a nunca. É ele o nome escalado para ocupar a Saúde assim que as condições políticas permitirem.

O desacerto em público entre Bolsonaro e Mandetta serviu para distrair o distinto público, mais uma vez, enquanto o Palácio do Planalto continuou barbarizando na economia, elevando os privilégios dos bancos, preparando novas medidas contra os trabalhadores, enfim.

Mandetta, Bolsonaro, Globo, Folha, Maia, Alcolumbre, et caterva, são todos farinha do mesmo saco.

Os bancos estão lucrando alto com o coronavírus; dinheiro público era para manter empregos
No início da pandemia do coronavírus, o Banco Central (BC) –leia-se ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro– anunciou a injeção de R$ 1,2 trilhão no sistema financeiro. Ou seja, injetou na veia dos banqueiros recursos públicos equivalentes a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

O dinheiro era para ser drenado na economia durante a luta contra a Covid-19, porém, avalia o governo, esses recursos foram “empoçados no sistema financeiro”. O dinheiro era para manter abertas empresas e garantir empregos.

Traduzindo em bom português: o dinheiro não chegou ao destino, ficou empossado nos bancos que especulam com recurso alheio.

De acordo com especialistas do mercado financeiro, o dinheiro disponibilizado pelo governo “morreu” nos bancos, que preferem investir em títulos públicos.

“Os bancos não querem dar dinheiro novo, nem querem alongar. Querem comprar só títulos públicos”, afirma Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ele defende uma forma de “punição” do BC aos bancos que não emprestarem e alongarem os prazos.

Na prática, os bancos estão especulando no mercado com dinheiro que não lhe pertence. Os banqueiros estão “assaltando” o erário para especular com títulos públicos.

A falta de liquidez nas empresas, o capital de giro, nesse período de quarentena poderá levá-las à quebradeira. “As empresas não vão pagar, as pessoas não vão pagar e vai ser uma quebradeira geral. Os bancos também vão quebrar na frente”, alerta o ex-diretor do BC.