O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ironizou a “fuga” do ex-ministro da falta de Educação, Abraham Weintraub do Brasil.
Questionado sobre as retificações feitas pelo governo a respeita da data de exoneração de Weintraub, e que tipo de sinalização que isso passa, Maia respondeu:
“Eu não entendi, porque… Ele [Weintraub] estava fugindo de alguém? Vai ser a primeira vez na história que alguém diz que está exilado e tem o apoio do governo. Geralmente e o contrario…”
Assista ao trecho da entrevista de Maia:
Bolsonaro alterou data de exoneração para encobrir fuga de Weintraub
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode ter passado recibo sobre sua participação na fuga do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que usou a estrutura do cargo para chegar aos Estados Unidos. De acordo com o Diário Oficial da União (DOU), um decreto desta terça-feira (23) alterou a data de exoneração do ex-titular do MEC.
O Palácio do Planalto tinha inicialmente publicado a exoneração de Weintraub no DOU do último sábado (20), mesma data que ele chegou na surdina nos Estados Unidos. No entanto, com a alteração de hoje, o ex-ministro da Educação foi exonerado na sexta-feira (19).
A manobra ocorreu porque Weintraub temia ser preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das fake news. Ele é alvo de duas investigações na Corte: uma apura a ofensa aos ministros e a outra apura suspeita de declarações racistas contra o povo chinês.
Além disso, o passaporte diplomático –prorrogativa de algumas autoridades, dentre as quais ministros de Estado– pode ter sido usado sem que Weintraub já não fosse mais ministro. Por isso houve a alteração no DOU.
A fraude diplomática também isentou o Abraham Weintraub, na condição de ministro de Estado, de não cumprir quarenta nos Estados Unidos em virtude da pandemia de coronavírus.
Weintraub chegou a dizer que, quando saísse do governo, deixaria o país o mais rápido possível. Dito e feito. Ele chegou pela porta dos fundos a Miami, Estados Unidos, com a promessa do presidente Jair Bolsonaro nomeá-lo diretor executivo do Banco Mundial.
Diante da operação para a fuga do ex-ministro, o Ministério Público Federal (MPF) pediu para que o Tribunal de Contas da União (TCU) apure a eventual atuação do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) na fuga de Weintraub aos EUA.
LEIA TAMBÉM
- MEC revoga portaria de Weintraub sobre o fim das cotas na pós-graduação
- O Brasil sequestrado, artigo de Enio Verri
- José Dirceu prevê centrão votando o impeachment de Jair Bolsonaro
- Velha direita quer Bolsonaro ‘pato manco’ e salvar agenda de Guedes, por Milton Alves
- Olavo de Carvalho atribui para si o inferno astral do presidente Jair Bolsonaro
- Weintraub agradece as “dezenas de pessoas” que o ajudaram a fugir do Brasil
- Weintraub, antes da fuga, gravou vídeo de despedida para bolsonaristas; veja
MEC revoga portaria de Weintraub sobre o fim das cotas na pós-graduação
O último ato do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que assinou uma portaria na semana passada que acabava com incentivo a cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação, foi revogado pelo MEC nesta terça-feira (23).
A revogação foi publicada no Diário Oficial da União, assinada pelo ministro interino da pasta, Antonio Paulo Vogel de Medeiros.
Weintraub assinou a medida no dia 18 de junho, seu último ato à frente do MEC. No dia seguinte, ele fugiu para os Estados Unidos, com medo das investigações em curso no STF.
A medida de Weintraub foi criticada por diversos setores e também se tornou alvo do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que um prazo de 48 horas para a Advocacia Geral da União (AGU) se manifestar sobre o tema.
Feder já dá entrevista como novo ministro da Educação, após encontro com Bolsonaro
O empresário Renato Feder, após encontro com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), já concede entrevistas como novo ministro da Educação.
O virtual titular do MEC foi indicado pelo apresentador Carlos Massa, o Ratinho, do SBT, empresa de Silvio Santos.
Feder é secretário da Educação no Paraná, estado que é governador por Ratinho Junior (PSD), filho do apresentador do SBT.
A jornalista Miriam Leitão, da Globo, registrou nesta terça (23) que Feder nunca foi educador e que foi confusa sua passagem pela Educação do Paraná.
Os veículos de comunicação bolsonaristas, a exemplo da CNN Brasil e TV Bandeirantes, dão como certa a nomeação de Renato Feder.
“Renato Feder diz que aceita cargo [de ministro] no MEC”, anotou a Band (veja o destaque na foto acima).
Veja quem é o virtual ministro da Educação indicado por Ratinho
O nome mais cotado para ocupar a vaga de Abraham Weintraub no ministério da falta de Educação de Bolsonaro é o de Renato Feder; que é atualmente o titular da pasta da Educação no Paraná.
Feder é de São Paulo e foi indicado para o governo do Paraná pelo apresentador de TV Ratinho, que é pai do governador Ratinho Junior (PSD).
O presidente Bolsonaro (sem partido) recebe Feder nesta terça-feira (23); reunião que pode resultar na sua indicação para o ministério.
O virtual ministro é um milionário CEO da Multilaser, gigante nacional do ramo de tecnologia; além de ser herdeiro do grupo Elgin, mega indústria do ramo de eletrodomésticos brasileira.
Sua gestão na Educação do Paraná se baseia na visão empresarial se sobrepondo às diretrizes pedagógicas; com forte incentivo a privatizações, terceirizações e a implementação de uma política de bônus por produção ao invés de valorização dos profissionais da educação.
Uma da medidas adotadas por Feder prevê a terceirização de várias funções como merendeiras(os), secretários(as), serviços gerais, bibliotecários(as) e outros. A partir de agora, quando um desses trabalhadores deixar o cargo, o Estado fará a substituição contratando mão de obra terceirizada.
Na semana passada, o site Intercept Brasil fez sérias denúncia sobre a empresa fornecedora dos aplicativos usados pelos alunos e professores do Paraná para as aulas à distância durante a pandemia. Além do Paraná, essa empresa atende os estados de São Paulo, Amazonas e Pará.
A empresa IP.TV, pouco conhecida mesmo no meio em que atua, é ligada a políticos bolsonaristas. Ela foi a criadora do aplicativo “Mano”, uma rede social só de bolsonaristas, e também abriga a TV Bolsonaro.
Ou seja, Feder tem muito o que explicar mesmo se não chegar a ser ministro. Como se diz no meio político, ele seria uma versão “alfabetizada” de Weintraub. Por isso mesmo, ele é muito mais perigoso para a educação nacional, pois ele sabe exatamente o que fazer para desmontá-la e entregá-la à iniciativa privada.
Com informações do Intercept Brasil e Esquerda Online.
Miriam Leitão: indicado de Ratinho teve gestão confusa na educação do PR
A jornalista Miriam Leitão, na Globo, disse na manhã desta terça-feira (23) que o virtual novo ministro da Educação, Renato Feder, não é educador e faz uma gestão confusa no Paraná.
“O Renato é economia e empresário, ele nunca foi educador”, disse Miriam, que afirmou ter conversado com educadores e soube que ele [Ferder] teve uma gestão “pouco” confusa na educação do Paraná.
Renato Feder é secretário de Estado da Educação do Paraná. Ele foi indicado para o cargo pelo apresentador Carlos Massa, o Ratinho, do SBT, o mesmo padrinho que o está indicando para o MEC.
O governador do Paraná é Ratinho Junior (PSD), filho do apresentador, ambos ferrenhos bolsonaristas.
O virtual novo ministro da Educação tem um almoço hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, se Ratinho tiver força política, Feder sai nomeado no MEC.
Em março de 2018, a revista IstoÉ apresentou o aspirante a ministro Renato Feder como “o empresário que vende de tudo”. Na capa, ele aparece de fone de ouvido e num skate.
LEIA TAMBÉM
- Ratinho pode emplacar o novo ministro da Educação; saiba quem é o cotado
- Ratinho Jr. obriga educadores a reabrirem as escolas do Paraná
- Antonio Paulo Vogel assume interinamente o Ministério da Educação
- Desmantelar a Educação é um projeto de Bolsonaro
- ‘É a educação, Ratinho’, diz Enio Verri
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.