Rocha Loures divulga carta contra Ricardo Barros e esquenta briga pela presidência da Fiep

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures, enviou nesta segunda-feira (28) uma carta aos 99 sindicatos que compõem o sistema SESI/SENAI desancando o secretário da Indústria e Comércio, Ricardo Barros (PP).

No documento, o presidente da Fiep acusa Barros de utilizar um sindicato “laranja” — o Sindibio — para alimentar uma disputa judicial em torno do prazo para a inscrição de chapas. A eleição da entidade está prevista para o dia 8 de agosto.

Para Rocha Loures, o secretário da Indústria e Comércio quer utilizar o cargo que ocupa para tomar de assalto a presidência da Fiep.

“No fundo, toda a briga que eles começaram, tem por evidente objetivo garantir que o político Ricardo Barros estenda ao máximo a sua permanência à  frente da secretaria de indústria e comércio, uma vez que teria de deixá-la para ser candidato a presidência da Fiep, objetivo que persegue com afinco e que o leva a tumultuar o processo eleitoral com todos os meios possíveis”, escreveu o presidente da Fiep.

Rocha Loures prossegue na carta:

Economia

“Ele [Barros] sabe que, sem seu cargo de secretário, não terá condições de adular, ou mesmo, constranger e intimidar os industriais na busca do seu desiderato. Temos ouvido relatos, nos últimos dias, de industriais e, até funcionários da Fiep, que têm sido convidados ao gabinete da Secretaria de Indústria e Comércio para serem convencidos a apoiá-lo na candidatura à  presidência”.

Clique em “mais” para ler a íntegra da carta de Rocha Loures enviada aos sindicatos

Cumprindo meu papel de presidente do processo eleitoral da Fiep, cabe-me dar notícia dos principais acontecimentos que vêm embaraçando a normalidade das eleições em nossa entidade.

Em recente decisão, a primeira instância da Justiça do Trabalho de Curitiba determinou que não haja nova publicação de edital de convocação de eleições, senão sessenta dias antes da data da eleição que a mesma estabeleceu, com autoridade imperial, que deverá acontecer no dia 08/08/2011. Esta violação da liberdade e da autonomia sindical só encontra precedentes nos tempos do governo militar, quando o Ministério do Trabalho podia intervir livremente nos sindicatos, cassando mandatos e dissolvendo diretorias eleitas.

Na prática, esta decisão é um tiro n”água!, pois não pretendíamos lançar novo edital, já que estão devidamente inscritas duas chapas no processo em curso e sob discussão judicial, que deverá ir até o julgamento final, em Brasília. Assim, continuaremos recorrendo destas decisões absurdas, pois temos convicção que as instâncias superiores deverão restabelecer a autonomia e a liberdade sindical, garantidas pela Constituição Federal e porque cabe ao presidente da Fiep a defesa dos legítimos interesses de nossa entidade, que é privada.

Como todos sabem, o processo eleitoral na Fiep foi precipitado para evitar a interferência político-partidária, que vem sendo patrocinada pelo vice-presidente Ricardo Barros, que é político profissional e sequer faz questão de disfarçar esta atuação. Tem usado o sindicato da indústria do biodiesel para a defesa dos seus interesses e este, usando argumentos falaciosos, buscou a Justiça, com o intuito de tumultuar e prejudicar o processo eleitoral da Fiep.

O principal argumento do Sindibio é o fato de que não tendo seis meses de filiação à  Fiep, não poderia apresentar seus candidatos filiados ao pleito. Isso é um engodo, pois as indústrias filiadas ao Sindibio são as mesmas de outros sindicatos da região, presididos pela mesma pessoa, que nem industrial é.

No fundo, toda a briga que eles começaram, tem por evidente objetivo garantir que o político Ricardo Barros estenda ao máximo a sua permanência à  frente da secretaria de indústria e comércio, uma vez que teria de deixá-la para ser candidato a presidência da Fiep, objetivo que persegue com afinco e que o leva a tumultuar o processo eleitoral com todos os meios possíveis. Ele sabe que, sem seu cargo de secretário, não terá condições de adular, ou mesmo, constranger e intimidar os industriais na busca do seu desiderato. Temos ouvido relatos, nos últimos dias, de industriais e, até funcionários da Fiep, que têm sido convidados ao gabinete da Secretaria de Indústria e Comércio para serem convencidos a apoiá-lo na candidatura à  presidência.

Se o político Ricardo Barros anseia tanto pela candidatura, porque não renunciou ao cargo de secretário e se lançou nos dois editais anteriores? Porque busca a Justiça do Trabalho, usando de um sindicato recém-criado, para esconder-se até a última hora em seu gabinete de secretário, ao invés de começar um debate sério sobre os destinos da nossa entidade? Será que sem a proteção do cargo que ocupa não conseguirá convencer os industriais que sua candidatura é legítima e benéfica para indústria do Paraná?

São questões interessantes que deixo para a reflexão das lideranças sindicais industriais do nosso Estado. Não posso me calar na defesa da maior entidade empresarial contra a ingerência e a instrumentalização política.

Fique à  vontade para me procurar diretamente para qualquer esclarecimento.

Um forte abraço,

Rodrigo da Rocha Loures
Presidente
Federação das Indústrias do Estado do Paraná