Requião tira cenário político do Paraná do marasmo, por Enio Verri

Por Enio Verri*

Com o anúncio do ex-governador Roberto Requião a pré-candidatura ao governo do Paraná, o cenário político do Estado fica balançado. Após deixar o senado, o Paraná perdeu uma grande liderança de oposição na Casa legislativa. Já o quadro regional, com o governo estadual alinhado ao presidente Bolsonaro, perde em robustez política e em projetos voltados para os mais vulneráveis.

Enquanto dá continuidade a uma orientação programática de desvalorização dos servidores públicos estaduais.

Então, ao político experiente vai caber o papel de ser o grande opositor estadual, reunindo forças de lideranças e população paranaense, que não concorda com a gestão atual.

Para isso, Requião conta com histórico de governador, quando conseguiu implantar e avançar com a PDE, que foi a Política de Desenvolvimento Econômico do Paraná. Uma série de ações e programas focados em reduzir as desigualdades sociais e regionais, e promover maiores oportunidades de crescimento para os grupos mais vulneráveis do Estado.

Participei desse importante plano, à frente da pasta de Planejamento do Governo. Além de saúde e educação, também se pensava em valorizar o funcionalismo público, em fortalecer a infraestrutura para alavancar a economia paranaense. E entre as prioridades, também estava incluída a promoção da justiça social. O Paraná conquistou bons resultados com criação de emprego e renda e se destacando no ensino como um dos melhores do país.

Economia

Agora, voltando andar pelos municípios, Requião deve sentir o que nós parlamentares temos presenciado nos trabalhos das agendas, uma demanda por melhores propostas para os municípios e para a população. Só na primeira visita em Francisco Beltrão, no sudoeste paranaense, estavam representantes de cerca de trinta municípios. É um sinal que a situação política do Paraná precisava de uma balançada.

Ainda não foi batido o martelo sobre qual partido ele decidirá se filiar. No entanto, três legendas já abriram as portas para recebê-lo. É certo que deve unificar as principais lideranças de oposição ao seu lado e apresentar um plano de governo diferente do que vem sendo colocado em prática nos últimos anos.

Para se ter ideia, o governo atual ganhou os noticiários por conta de deixar o Paraná novamente refém de um pedágio impraticável e também pela resistência e atraso nos reajustes salariais dos servidores.

Com a crise econômica, que traz de volta inflação, desemprego, volta da fome e da extrema pobreza, somados no nosso Estado às tarifas elevadas de água e luz, terá êxito quem escolher um caminho diferente do que está sendo feito.

Tanto o Brasil quanto o Paraná vão precisar de governos que voltem a pensar políticas públicas que unam dois eixos; estímulo ao setor produtivo, principalmente aos que possam gerar mais postos de emprego como pequeno e microempresário; e políticas públicas para os mais pobres.

Até lá, a política paranaense não deve ficar tão parada como estava.

*Enio Verri, deputado federal (PT-PR) e professor licenciado do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

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