Por Requião Filho*
Aquele que se disse “o messias”, que prometeu acabar com a “roubalheira”, acabou por nos lançar à própria sorte, no caos inflacionário, na desvalorização da moeda e na vergonha mundial.
Pode perguntar para qualquer político se ele é a favor da corrupção. Todos, sem nenhuma exceção, dirão que são contra.
O retórico discurso anticorrupção é um velho conhecido, vem e vai eleição, e o povo, cansado, confere um voto de confiança naquele que se diz o vingador dos desmandos, o salvador da nação, o caçador de marajás, o autointitulado o guardião da família, mas… na hora do vamos ver, no momento de defender a população, os interesses pessoais se sobressaem e sobra apenas aquele batido discurso anticorrupção.
Noel Rosa já cantava na década de 30: “Onde está a honestidade?”, e eu lhes pergunto, quando, em qual momento, a hipocrisia, as Fake News, o terror, tomaram nossas almas e nos condenaram a dias e mais dias de tanta desesperança?
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Fome, miséria, inflação, retrocedemos anos, voltamos ao país das crianças sem brinquedos, sem escola e sem comida. Observamos, todos os dias, milhares de desempregados desesperados, de um número estrondoso de pessoas em situação de rua. E assistimos a tudo isso, amigo leitor, ouvindo ao fundo o discurso de que “a corrupção acabou no Brasil”.
Pergunto: acabou como, onde e para quem? Pergunto o que esse discurso vazio e mentiroso vai trazer em comida na mesa daquele que tem fome?
Estamos à deriva, lançados à própria sorte, no salve-se quem puder. O mero discurso anticorrupção integra aquela velha política, que protege os amigos próximos que tem na manutenção da pobreza os degraus para se ganhar ainda mais, e que tem o mercado o seu bem maior.
Que possamos, em 2022, saber reconhecer boas propostas, boas políticas públicas e que tenhamos dias dignos, com comida na mesa, emprego, escola, saúde e um pouco de felicidade, por que não?
*Requiao Filho, advogado, é deputado estadual pelo MDB do Paraná.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.