Requião Filho: Pessoa de bem x Pessoa de bens

Por Requião Filho*

Detesto quando um grupo que não me representa, toma posse de um termo de uso geral e descaracteriza totalmente o que ele representa. Exemplifico: Sou brasileiro, por isso voto em tal pessoa. Oras, também sou brasileiro, e não voto naquela pessoa; Sou nacionalista, por isso defendo a privatização. Eu que sou o verdadeiro nacionalista, sou contra a privatização, afinal sou a favor de um estado forte; Sou um cidadão de bem, por isso sou contra a vacina. Desculpe, também sou do bem, e defendo a ciência.

Costumo dizer que há sim pessoas de bem, aquelas que respeitam as diferenças, que acolhem quem precisa, que luta por igualdade, segurança, que sempre procura agir dentro da lei e trabalha para que a vida de todos seja melhor.

Por outro lado, não podemos negar que existem as pessoas “de bens”, aquelas que pensam em si próprio antes de qualquer outro, que visam o lucro, independentemente de quem passam por cima. Que sonegam impostos, que hipocritamente gritam contra a corrupção. Que não possuem amor, nem empatia, tendo o dinheiro como seu verdadeiro rei.

Este último tipo de pessoa, em regra, se vale de discursos moralistas, varrendo para debaixo do tapete, escondendo atrás das câmeras sua verdadeira face. Falam em família, em Deus, mas se alimentam das famigeradas rachadinhas, em suas pluri-uniões, no dinheiro público e nas arrecadações em seus templos.

Se você, como eu, é brasileiro, nacionalista e uma pessoa verdadeiramente de bem, não admite hipocrisia.

Economia

*Requião Filho, advogado, é deputado estadual pelo PT do Paraná.