Renato Feder será o novo ministro da Educação do governo Bolsonaro

O atual secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, será o novo ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro. O presidente deve fazer o anúncio ainda nesta sexta-feira (3).

Caso confirmado, Feder será o quarto ministro da Educação do mandato de Bolsonaro. Ele substitui Carlos Decotelli, nomeado na última semana para substituir Abraham Weintraub, mas que não resistiu a pressão após as fraudes apresentadas em seu currículo.

Feder é visto por aliados do governo como um nome capaz de apaziguar os ânimos no MEC após os posicionamentos ideológicos de extrema-direita dos ex-ministros Abraham Weintraub e Ricardo Vélez Rodríguez.

O ex-secretário estadual tem 41 anos de idade e é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas, com mestrado em economia pela Universidade de São Paulo (USP).

Feder tem fortes vinculações empresariais com o setor que impulsiona o Ensino a Distância (EaD) no país.

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Publicado em 23 junho, 2020

 

O novo ministro da Educação de Bolsonaro é o empresário Renato Feder, que é atualmente o titular da pasta da Educação no Paraná.

Feder é de São Paulo e foi indicado para o governo do Paraná pelo apresentador de TV Ratinho, que é pai do governador Ratinho Junior (PSD).

O presidente Bolsonaro (sem partido) nomeou Feder, ‘apesar de não ter o melhor currículo’, disse na quinta-feira (25) durante uma live em que anunciou o brevíssimo Carlos Decotelli.

O novo ministro é um milionário CEO da Multilaser, gigante nacional do ramo de tecnologia, além de ser herdeiro do grupo Elgin, mega indústria do ramo de eletrodomésticos brasileira.

Sua gestão na Educação do Paraná se baseia na visão empresarial se sobrepondo às diretrizes pedagógicas, com forte incentivo a privatizações, terceirizações e a implementação de uma política de bônus por produção ao invés de valorização dos profissionais da educação.

Uma da medidas adotadas por Feder prevê a terceirização de várias funções como merendeiras(os), secretários(as), serviços gerais, bibliotecários(as) e outros. A partir de agora, quando um desses trabalhadores deixar o cargo, o Estado fará a substituição contratando mão de obra terceirizada.

Na semana passada, o site Intercept Brasil fez sérias denúncia sobre a empresa fornecedora dos aplicativos usados pelos alunos e professores do Paraná para as aulas à distância durante a pandemia. Além do Paraná, essa empresa atende os estados de São Paulo, Amazonas e Pará.

A empresa IP.TV, pouco conhecida mesmo no meio em que atua, é ligada a políticos bolsonaristas. Ela foi a criadora do aplicativo “Mano”, uma rede social só de bolsonaristas, e também abriga a TV Bolsonaro.

Ou seja, Feder tem muito o que explicar agora como ministro da Educação. Como se diz no meio político, ele seria uma versão “alfabetizada” de Weintraub. Por isso mesmo, ele é muito mais perigoso para a educação nacional, pois ele sabe exatamente o que fazer para desmontá-la e entregá-la à iniciativa privada.