Redução de área de proteção ambiental vira caso de polícia no governo Beto Richa

A diminuição da área de proteção ambiental da Escarpa Devoniana, que engloba o Cânion Quartelá, o sexto maior do mundo, virou caso de polícia no Paraná.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a conduta do presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Luiz Tarcísio Mossato Pinto, suspeito de realizar estudo para beneficiar agricultores da região dos Campos Gerais, no estudo realizado para avaliar o impacto da redução da área de proteção ambiental da Escarpa Devoniana.

Não é a primeira vez que o presidente do IAP vira alvo da polícia. Em junho de 2015, por exemplo, ele chegou a ser afastado do cargo pela justiça, mas conseguiu voltar ao cargo por força de um habeas corpus. Mossato Pinto teve a casa devassada no âmbito pela Operação Superagui, na qual o governador Beto Richa (PSDB) é réu no Superior Tribunal de Justiça.

A Operação Superagui foi desencadeada pelo Gaeco por causa de uma licença ambiental, com suspeita de irregularidades, concedida à empresa Green Logística para um pátio de caminhões, às margens da BR-277, para a derrubada de 10 hectares de vegetação em Paranaguá. A obra acabou sendo embargada, em fevereiro, pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).

Voltemos para o novo crime ambiental, a redução da Escarpa Devoniana.

O estudo do presidente do IAP embasou o projeto 527/16, de autoria do deputado Plauto Miró (DEM), que pretende reduzir em quase 70% a Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana. A área abrange 13 municípios paranaenses.

Economia

O deputado Ney Leprevost (PSD), que é presidente da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa, se posicionou contrário ao projeto de lei. Além dele, são contra a redução da área a OAB, UEPG, bem como outros parlamentares.

“A Escarpa Devoniana é a maior área de proteção ambiental do Sul do Brasil e engloba várias rotas turísticas”, justifica Leprevost. “Precisamos proteger a natureza e nossas atrações turísticas. O futuro da humanidade está atrelado ao desenvolvimento sustentável”, completa.

A Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana, criada em 1992, delimita a paisagem dos campos naturais, uma vez que, nas últimas décadas, houve uma expansão de plantações de soja e florestamentos de pinus, gerando uma mudança generalizada no uso da terra.

“Precisamos urgentemente buscar alternativas para harmonizar a preservação ambiental com as atividades econômicas. O que está em risco é uma das regiões mais maravilhosas do planeta”, diz o deputado Péricles de Mello (PT), um militante defensor da Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana.

Comments are closed.