“Reconhecer Jerusalém como capital de Israel é uma violação do direito internacional”, diz embaixador da Palestina


O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, declarou na quinta-feira (29), em evento de solidariedade ao povo palestino na Assembleia Legislativa gaúcha, em Porto Alegre, que reconhecer Jerusalém como capital de Israel é uma violação do direito internacional. “Ninguém, nem o Conselho de Segurança da ONU, reconhece soberania israelense sobre o território palestino, incluindo a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Fazer isso será uma afronta ao direito internacional e às resoluções da ONU”.

Na última terça-feira (27), o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, reafirmou, em Washington, a intenção do futuro governo de mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Segundo ele, já está decidido que essa mudança ocorrerá e que a questão não é perguntar se vai ocorrer, mas sim quando. “A gente ainda não sabe ao certo dentro do governo a data, como é que ocorre. A gente tem a intenção e a ideia”, disse Eduardo Bolsonaro após reunião com o conselheiro sênior e genro de Donald Trump, Jared Kushner, apontado como um dos principais articuladores da política do governo Trump para o Oriente Médio”.

Caso o governo brasileiro adote essa posição, acrescentou Alzeben, será uma virada de 180 graus na política externa de um país que ganhou o respeito internacional pelo respeito ao direito internacional. “O Brasil, desde a criação das Nações Unidas, sempre observou e respeitou as resoluções das Nações Unidas que buscam promover a paz. Eu ainda tenho esperança de que isso não vai acontecer. Acho que o Brasil merece seguir sendo respeitado observado o direito internacional”.

Caso as ideias de Bolsonaro em relação à questão palestina sejam colocadas em prática, assinalou o embaixador, surgirá, em primeiro lugar, uma disputa entre o Brasil e as resoluções das Nações Unidas.

*Com informações do Sul 21