Ratinho x Bolsonaro: governador do Paraná assina carta com críticas ao presidente

Não chamem o presidente Jair Bolsonaro e governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), para degustar o mesmo queijo nem a mesma “cloroquina”. Eles estão em rota de colisão, como já mostrou o Blog do Esmael na semana passada.

Mas o k-suco ferveu de vez entre os dois nesta segunda-feira (1º) depois que Ratinho assinou pela primeira vez uma carta de governadores criticando Bolsonaro.

No documento, 16 governadores afirmam que governo Bolsonaro promove “má informação” [fake news] e “conflito” entre os poderes.

Segundo a nota dos governadores, as informações divulgadas pelo presidente da República estão “distorcidas” e têm o objetivo de “gerar interpretações equivocadas e atacar governos locais” em meio à pandemia.

O governo federal informou pelo Twitter que R$ 847 bilhões foram repassados aos governos regionais até 15 de janeiro de 2021, segundo o presidente. Em auxílios, foram R$ 293,8 bilhões.

“Adotando o padrão de comportamento do Presidente da República, caberia aos Estados esclarecer à população que o total dos impostos federais pagos pelos cidadãos e pelas empresas de todos Estados, em 2020, somou R$ 1,479 trilhão. Se os valores totais, conforme postado hoje, somam R$ 837,4 bilhões, pergunta-se: onde foram parar os outros R$ 642 bilhões que cidadãos de cada cidade e cada Estado brasileiro pagaram à União em 2020?”, contestam os 16 governadores.

Economia

O arroz doce azedou mesmo –entre Ratinho e o presidente– com a ameaça feita por Bolsonaro de bloqueio do auxílio emergencial para os governadores que decretaram lockdown para conter a pandemia nos estados.

Some-se a isso, no último fim de semana, bolsonaristas protestaram em Curitiba contra o governador do Paraná. Motoristas de aplicativo, simpatizantes do presidente, xingaram Ratinho e culparam a alta no preço dos combustíveis pela cobrança do ICMS, que é um imposto estadual.

Veja os governadores que assinam o texto:

  • Renan Filho (MDB), governador de Alagoas;
  • Waldez Góez (PDT), governador do Amapá;
  • Camilo Santana (PT), governador do Ceará;
  • Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo;
  • Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás;
  • Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão;
  • Helder Barbalho (MDB), governador do Pará;
  • João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba;
  • Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná;
  • Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco;
  • Wellington Dias (PT), governador do Piauí;
  • Cláudio Castro (PSC), governador do Rio de Janeiro;
  • Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte;
  • Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul;
  • João Doria (PSDB), governador de São Paulo;
  • Belivaldo Chagas (PSD), governador de Sergipe.

Note que, até hoje, o govenador Ratinho Junior vinha se abstendo de assinar documentos questionando o presidente Jair Bolsonaro. Em alguns momentos, ele era voz solitária ao lado de Bolsonaro.

Resumo da ópera: Bolsonaro se isolou ainda mais.

Clique aqui para ler a íntegra da nota dos governadores.