O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), disse na cerimônia de diplomação na segunda-feira (19/12) que o ‘pedágio de manutenção’ não serve ao estado. Ele defende o modelo de degrau tarifário, que pode significar tarifas mais caras, a exemplo do que vigorou nos últimos 25 anos nas estradas paranaenses.
O pedágio de manutenção foi proposto pelo presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu candidato ao governo do Paraná, Roberto Requião (PT), durante a campanha nas eleições de 2022.
Segundo Lula e Requião, o preço máximo da tarifa do governo federal será de apenas R$ 5, enquanto o pedágio defendido por Ratinho Junior pode ultrapassar os R$ 30 em algumas praças.
Antes da campanha à reeleição, porém, Ratinho Junior delegou as rodovias para o governo federal para se eximir da discussão sobre o tema nas eleições. Ele contava com a vitória do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas deu errado. O inquilino do Palácio do Planalto foi derrotado nas urnas.
O deputado Arilson Chiorato (PT), líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), criticou o governador do estado. “Pedágio bom para o Ratinho Junior é pedágio CARO! Se aliou ao Jair Bolsonaro para dar um estelionato nos usuários, deixando pra depois a eleição o leilão! PERDEU Ratinho!”, escreveu no Twitter.
Para Ratinho Junior, o modelo proposto por Lula, Requião e Arilson é um modelo caipira. “Não queremos pedágio caipira”, disse o governador do estado.
“Vamos continuar defendendo a tarifa de menor preço, como fizemos durante o governo Bolsonaro, que é na bolsa de valores. Isso dá transparência e oportunidade de o mundo inteiro vir participar. Essa conversa de pedágio caipira, que é só de manutenção, o Paraná não vai ser enganado como foi durante 30 anos. Nós queremos obras, cortar árvores e tapar buracos não serve”, disse Ratinho, que ainda ameaçou fazer o próprio pedágio com a própria modelagem.
“Nós temos que esperar o novo governo para que ele apresente a sua modelagem e espero que esteja próximo do que defendemos. Se não acontecer, vou fazer pedágio próprio e vamos manter a nossa modelagem”, ameaçou o governador, que é adepto do pedágio mais caro do mundo.
Compagás sob ataque de Ratinho Junior
Além de atacar a tarifa mais barata, possível somente com o pedágio de manutenção, Ratinho Junior ainda prometeu privatizar o gás. Sim, a Companhia Paranaense de Gás, a Compagás, entrou na mira da sanha privatista do mandatário estadual, que quer herdar o estilo neoliberal de Jair Bolsonaro, e ser uma contraposição ao presidente Lula.
“O que nós vamos fazer é um grande projeto de distribuição de gás no estado do Paraná. Hoje o mundo inteiro está no setor privado. O poder público não acompanha os investimentos que são necessários para fazer a ampliação do gasoduto do nosso”, alegou Ratinho Junior durante uma coletiva de imprensa.
A Copel (Companhia Paranense de Energia), também em risco de privatização, detém o controle da Compagás com 51% das ações.
Segundo Arilson Chiorato, Ratinho Junior está vendendo o Paraná. Ele disse ainda que, se deixar, o governador do estado vai privatizar até o oxigênio que as pessoas respiram.
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