Bolsonaro chama Tarcísio a Brasília e teme Papuda; Lula segue favorito

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está na iminência de ser transferido para a Papuda e, pressionado pelo fantasma da prisão em regime fechado, chamou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), a Brasília “na data mais breve possível”, segundo petição ao ministro Alexandre de Moraes (STF).

O chamado ocorre no momento em que o ex-presidente patina politicamente, perde tração nas ruas e encara risco real de encarceramento, e enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece favorito para 2026 nas sondagens da Paraná Pesquisas.

O encontro pedido pelo ex-mandatário mira “diálogo direto” com Tarcísio. Traduzindo: alinhamento de sobrevivência de ambos.

O governador paulista tenta escapar da sombra do bolsonarismo, mas seus números estacionaram; e aliados já admitem, em privado, que ele não empolga o eleitorado nacional. No polo oposto, Michelle Bolsonaro é quem mais pontua no universo da direita, porém, ainda distante de ameaçar Lula.

O cenário expõe o dilema. A direita busca herdeiro, mas Bolsonaro, inelegível e sob tornozeleira, insiste em manter o controle. Seus filhos inflam disputas, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) age dos EUA mirando protagonismo e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) tenta blindagem eleitoral empurrando seu nome ao Senado por Santa Catarina. A implosão interna virou rotina.

O ex-presidente Bolsonaro chega ao centésimo dia de prisão domiciliar com fadiga política evidente. As visitas à casa em Brasília despencaram, e relatos apontam um líder abatido, alternando piadas e abatimento, temendo “morrer na cadeia”, como disse seu irmão Renato. Hoje, fontes já tratam como provável a passagem pela Papuda antes de eventual regresso ao regime domiciliar por motivos de saúde.

Tarcísio, por sua vez, enfrenta dilema semelhante: precisa do apoio da direita, mas cada gesto para se emancipar irrita o clã. O convite forçado a Brasília vira fotografia da dependência mútua e da fragilidade do projeto presidencial de 2026 no campo conservador.

Lula, com estabilidade institucional e discurso de soberania reforçado até nos embates tarifários com Donald Trump, colhe o desgaste adversário. A narrativa da ordem e do Estado democrático impõe contraste com o bolsonarismo em crise. Nos bastidores, governistas veem a foto eleitoral mais confortável do que há três meses, quando Bolsonaro foi preso.

O PL tenta abafar a pancadaria interna. Pedem união e pregam “deixar a disputa para depois da eleição”. Pedem tudo, menos admitir que a direita trava guerra entre si.

O ambiente espreme. O STF fecha o cerco, o relógio jurídico avança e o roteiro aponta para cela na Papuda. Bolsonaro sabe. Tarcísio sabe. O eleitor também.

O ambiente jurídico segue pressionado e sem consenso sobre sua legitimidade entre os atores políticos. A direita busca rumo e narrativa. O país avança em meio a choques institucionais, vigilância da sociedade e disputas abertas pelo sentido da lei e das urnas. No fim, caberá à cidadania organizada e às instituições, sob escrutínio público, definir se este ciclo será marcado pelo respeito ao voto ou por novas rupturas.

Portanto, continue acompanhando os bastidores da política e do poder pelo Blog do Esmael.

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