Raquel Dodge torce nariz para o STF e passa a mão na cabeça de Deltan Dallagnol

Em campanha para continuar no cargo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, jurou nesta sexta (2) que não irá afastar o procurador Deltan Dallagnol da coordenação da força-tarefa Lava Jato, em Curitiba.

Pelo tom eleitoral da nota da procuradora-geral, que passou a mão na cabeça do menino, a batata quente foi devolvida para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Raquel Dodge sonha em ser reconduzida para mais um mandato pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), a despeito dela não compor a lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

Nesta quinta, a Folha e o Intercept revelaram que Deltan investigou clandestinamente o presidente da Corte, Dias Toffoli, e o ministro Gilmar Mendes. O procurador usou informações da Receita Federal para atingir os dois magistrados, embora a Constituição o proibisse de fazê-lo.

Resumo da ópera: corvo não come corvo.

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Leia a nota de Raque Dodge:

A Procuradora-Geral da República Raquel Dodge não sofreu qualquer pressão de qualquer tipo para determinar a medida de afastamento referida na matéria, de quem quer que seja, e tampouco convocou, ou realizou reunião de emergência para discutir o assunto na quinta-feira dia 1º ou em qualquer data anterior ou posterior.

Mais do que isso, esclarece que o princípio constitucional da inamovibilidade é garantia pessoal do Procurador Deltan Dallagnol, estabelecida no artigo 128-I-b, de não ser afastado dos processos da Lava Jato, dos quais é o promotor natural, na condição de titular do ofício onde tramitam todos os processos deste caso, e junto do qual atuam os demais membros da Força Tarefa Lava Jato, designados pela Procuradora-Geral da República Raquel Dodge.

Em suma, a Procuradora-Geral da República não convocou, nem fez reunião na quinta-feira, nem em qualquer outra data anterior ou posterior, com o propósito de afastar o Procurador Deltan Dallagnol de seu ofício ou da Lava Jato”.