Quem lidera a sucessão no Paraná em 2026?

A sucessão no Paraná em 2026 começa com Sergio Moro (União Brasil) à frente nas pesquisas, enquanto o PSD do governador Ratinho Júnior testa unidade interna com três pré-candidatos: Alexandre Curi, Rafael Greca e Guto Silva; e a centro-esquerda se organiza em torno de Requião Filho (PDT), que tenta traduzir insatisfações sociais e críticas às privatizações no estado.

O ambiente político é de disputa real e antecipada. O governo detém poder institucional e capilaridade municipal, mas não resolveu quem carregará a bandeira. Alexandre Curi tem o comando da Assembleia Legislativa e presença sólida no interior, movimentando prefeitos e quadros regionais. Rafael Greca aposta na força da capital e do legado administrativo, ancorado em redes consolidadas de Curitiba. Guto Silva carrega a confiança pessoal do governador e tenta colar na imagem de Ratinho.

Há convivência forçada. Todos querem largar com vantagem sem rachar o bloco antes da hora. O PSD testa seus nomes e mede terreno, sabendo que o movimento prematuro pode cobrar preço. Ratinho Júnior sinaliza disciplina e continuidade, mas a foto interna mostra que o bastidor ferve com cálculo de território, mídia e alianças.

Moro, por sua vez, aparece na frente nos levantamentos e tenta se firmar como polo conservador, porém enfrenta resistência dentro do próprio campo. Líderes do PP relutam em aceitar seu protagonismo e parte do agronegócio observa o cenário com pragmatismo, examinando quem entrega estabilidade, estrada e orçamento. O senador tem voto, mas ainda busca palanque robusto, condição indispensável para disputar o Palácio Iguaçu.

Além da implosão da federação União com o PP, Moro ainda enfrenta as indefinições nacionais do Centrão, que oscila entre o lulismo e o bolsonarismo. O ex-juiz da Lava Jato também encara o isolamento político no Paraná.

No campo progressista, Requião Filho mantém discurso de defesa do papel do Estado, tarifa justa e gestão pública como vetor de desenvolvimento. A resposta às crises climáticas recentes e a crítica ao modelo de privatizações deram densidade à sua narrativa, sobretudo entre prefeitos de municípios afetados e movimentos sociais. O desafio é romper o círculo inicial e escalar para públicos médios e eleitorado rural, espaço onde o PSD e setores conservadores ainda predominam.

Para viabilizar seu projeto rumo ao Palácio Iguaçu, Requião Filho firmou parceria política com a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV). O racha no campo governista lhe favorece e pode colocá-lo frente a frente com Moro no segundo turno, segundo projeções reservadas de institutos de pesquisa.

As próximas semanas serão decisivas para o desenho das alianças, sobretudo após as inserções partidárias do PSD reacenderem a disputa interna. O estado observa a postura dos atores diante de agendas urgentes, como reconstrução pós-eventos climáticos, infraestrutura, tarifas de energia e água, e o papel de Itaipu na integração regional.

A sucessão paranaense não está resolvida. Moro tem vantagem numérica; o PSD tem estrutura e ruído controlado; Requião Filho corre por fora com discurso assertivo e posicionamento claro. A eleição tende a ser marcada por disciplina, disputa territorial e leitura fina das angústias de um eleitorado que cobra resposta concreta, não apenas narrativa.

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