Quase afogado, Bolsonaro se abraça a Moro

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) segue à risca o script do afogado. Agarra-se ao primeiro toco que vê pela frente. E é assim que ele faz com o ministro Sérgio Moro, que no desespero é transformado na popular tábua da salvação.

A situação de Moro também inspira muito cuidado porque, conforme reportagens da Vaza Jato, o barco do ex-juiz igualmente está indo à pique.

O diabo é que a vaca de Bolsonaro já para o brejo com corda e tudo e é nesse lamaçal que o presidente vai se afogando.

“Obrigado, Sergio Moro. Vossa Senhoria abriu mão de 22 anos de magistratura para não entrar em uma aventura, mas para entrar na certeza de que todos nós juntos podemos, sim, fazer melhor pela nossa pátria”, abraçou o juiz em público o presidente Bolsonaro, mesmo que em privado intensifique as bordoadas no ministro da Justiça.

Bolsonaro e Moro se abraçaram como afogados hoje (29) durante o lançamento do projeto “Em Frente, Brasil” –o pacote anticrime que Moro tenta, sem sucesso, aprovar no Congresso.

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No esvaziado evento, no Palácio do Planalto, não contou com as presenças dos seguintes convidados:

* Mauricio Valeixo, diretor-geral da Polícia Federal;

* Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado;

* Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara; e

* Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).

A falta desses importantes atores mostra que a dupla Moro-Bolsonaro não é levada a sério na República.

O ministro da Justiça devolveu o abraço de afogado puxando o saco do presidente Bolsonaro:

“É importante destacar, e isso não tem tido a necessária exposição na imprensa, que a criminalidade vem reduzindo no governo Bolsonaro significativamente. Não me lembro de outro período histórico em que tivesse ocorrido uma redução de 20% nos homicídios nos quatro primeiros meses”, disse Moro, porém, há divergências que isto seja obra do atual governo.

Muitos atribuem às ações do ‘Vampirão Neoliberal’, isto é, Michel Temer (MDB), as poucas políticas de segurança pública. Ou seja, o resultado de agora seria fruto de ações de governos pretéritos, não do de Bolsonaro.

Para que o leitor entenda esse cenário de hipocrisias públicas, entre Bolsonaro e Moro, este último é candidato a Presidente da República em 2022. Moro é o nome da Rede Globo para bater de frente com o desastrado Jair Bolsonaro em 2022, que vai sendo desconstruindo com uma velocidade incrível.

A força de Bolsonaro em 2022, se é que ele chegará até lá, será equivalente de uma mosca tonta depois de levar uma burrificada de veneno.