O Partido dos Trabalhadores (PT), seção Paraná, está buscando redirecionar sua estratégia política após o recente leilão de concessões de rodovias, realizado na sexta-feira, 25 de agosto, na B3, em São Paulo.
O foco da discussão é a questão do pedágio mais acessível no estado, que há décadas tem sido um tema recorrente e controvertido.
A preocupação do partido é garantir que a pauta do pedágio não fique exclusivamente nas mãos do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), e do governador Ratinho Júnior (PSD), conhecidos amigos de kart.
A discussão sobre uma tarifa mais baixa no modelo de pedágio tem raízes profundas, tendo sido motivo de debates ao longo de 30 anos – disse ao Blog do Esmael uma fonte petista.
No entanto, o resultado das últimas quatro eleições estaduais – duas vencidas por Beto Richa (PSDB) e duas por Ratinho Júnior – indicam uma necessidade de revisão nas estratégias adotadas pelo PT, prosseguiu a mesma fonte.
O partido reconhece que a briga por uma tarifa mais vantajosa para o usuário, baseada no modelo de pedágio, embora justa, resultou em derrotas consecutivas.
O modelo que acabou prevalecendo, notavelmente, foi o delineado pelo Governo Federal, isto é, Governo Lula, tornando-se uma questão quase incontornável para o PT do Paraná.
Um dos pontos ressaltados pela legenda é a importância de uma perspectiva mais abrangente.
Enquanto o foco no preço das tarifas de pedágio é compreensível, setores do PT argumenta que a qualidade das estradas também é um aspecto crucial.
Segundo essas avaliações, estradas em boas condições podem minimizar as preocupações em relação às tarifas, uma vez que usuários tendem a aceitar um valor justo por um serviço de qualidade.
O debate sobre a tarifa do pedágio, embora relevante, poderá sofrer uma revisão dentro do partido e se transfomar em uma questão periférica diante do fato consumado e da necessidade de impulsionar a economia para promover o crescimento no estado.
As estradas são consideradas fundamentais para esse processo, independentemente da tarifa praticada, dizem alguns petistas com trânsito no Palácio do Planalto.
Há uma crítica ao fato de que o anúncio do pedágio foi dominado pelo governador Ratinho Júnior e pelo ministro Renan Filho, enquanto o debate central sobre a melhoria das estradas e seu impacto econômico foi subjugado.
O partido destaca que é importante capitalizar as ações e investimentos do Governo Federal, independentemente dos atores políticos estaduais, sejam valorizados.
A ênfase é na colaboração e no foco nas melhorias que beneficiam a população, independente de rivalidades partidárias – interpretam.
Nesse contexto, o PT está reavaliando sua abordagem, buscando enfatizar não apenas a questão tarifária, mas também o compromisso em melhorar as estradas paranaenses.
O partido estuda adotar uma postura mais racional e estratégica em relação à política estadual.
É notável a reflexão do partido sobre a necessidade de adotar uma perspectiva que vá além da retórica antipedágio, visando construir uma plataforma mais sólida para futuras eleições estaduais.
As estradas bem conservadas são vistas como um trunfo valioso, e o PT busca se reposicionar como defensor de um desenvolvimento sustentável e abrangente no Paraná.
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